15/10/2015 00:36
Em setembro, as vendas atingiram o menor volume negociado do segundo semestre, US$ 914,39 milhões, 8,6% inferior ao realizado no mês anterior. Com mais um período de recuo na comparação anual, o saldo do comércio internacional da pauta estadual acumula retração 19,70% em relação aos nove primeiros meses de 2014.
Conforme dados divulgados nessa semana pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), de janeiro a setembro desse ano, o Estado movimentou US$ 9,88 bilhões contra US$ 12,31 bilhões em igual intervalo do ano passado. Apesar de uma taxa de câmbio favorável às exportações, as principais commodities agrícolas comercializadas por Mato Grosso tiveram sua demanda reduzida, como o complexo soja, o algodão, em plena oferta após a colheita e a carne bovina. Outro fator que vem contribuindo para a perda de ‘fôlego’ da receita no decorrer de 2015, é a gradual redução do apetite chinês, maior parceiro comercial do Estado, assim como do Brasil.
Conforme o Mdic, os embarques físicos de soja em grão no período de janeiro a setembro passaram de 13,98 milhões de toneladas em 2014 para 13,73 milhões nesse ano. Em cifras, a redução atinge quase 25%, com a receita passando de US$ 7,10 bilhões para US$ 5,33 bilhões. Com essa alteração, a participação da soja em grão na receita global das exportações mato-grossenses passou de 57,68% para 53,92%. A commodity agrícola segue sendo o carro-chefe da pauta, mas perde um pouco a sua importância.
O segundo item de maior participação, fora do complexo soja, o milho, reagiu no mercado internacional, e fechou o período com incremento de receita em 3,06% ao ampliar o volume negociado de US$ 1,07 bilhão para US$ 1,10 bilhão. Além de preço, o cereal reagiu em volume físico, foram exportadas até o momento 6,13 milhões de toneladas contra 5,51 milhões de toneladas em igual intervalo do ano passado. Com a evolução, o milho deixou de participar com 8,69% da receita para esticar para 11,16%.
Na terceira colocação está a carne bovina. O segmento acumula perdas de 10,84% na comparação anual na receita, já que o faturamento encolheu de US$ 748,35 milhões para US$ 667,22 milhões. Com volume físico embarcado, foram 158,63 mil toneladas em 2014 para 150,74 mil em 2015.
A explicação para a retração da receita desses que são os principais produtos da pauta mato-grossense pode ser entendida pela composição do ranking dos mais importantes parceiros comerciais do Estado. Até setembro os cinco primeiros foram, na ordem: China, Indonésia, Países Baixos (Holanda), Tailândia e o Irã. Pela primeira vez, Indonésia, tomou assumiu a segunda posição. O país é grande importador do algodão estadual. A China compra quase toda a soja que o Estado exporta, mas retraiu os negócios em 25%, de US$ 4,82 bilhões para US$ 3,62 bilhões. A Holanda retraiu os negócios em mais de 54% no período, de US$ 1,20 bilhão para US$ 548 milhões. Já o Irã, nosso maior destino para o milho segunda safra, passou a ser o quinto maior mercado consumir da pauta local, ampliando as compras em 60%, de US$ 254,68 milhões para US$ 404,64 milhões.
IMPORTAÇÕES
As importações mato-grossenses seguem lideradas pelas compras de cloreto de potássio, segundo o Mdic, no total de US$ 423,5 milhões, mesmo acumulando queda anual de 7,91% nas aquisições, quando comparadas com igual período de 2014. O desembolso com o gás natural no estado gasoso caiu de US$ 136 milhões para US$ 134,8 milhões.