Crise – Brasil vive um de seus piores momentos, diz especialista

20/10/2015 02:35

Para Cynthia Kramer, queda do Brasil em ranking de competitividade global mostra que país precisa de mudanças.

O Brasil é o país que mais caiu no índice de Competitividade Global 2015, como mostra o ranking divulgado pelo Fórum Econômico Mundial. Na classificação de 2014, o Brasil ficou na 57ª colocação de um total de 144 países, mas este ano caiu para a 75ª posição. Na opinião da especialista em comércio internacional do L.O. Baptista-SVMFA, Cynthia Kramer, a confiança nas instituições e o déficit das contas públicas (em outras palavras, a corrupção), são os principais fatores. “A falta de capacidade para inovar, decorrente do baixo grau de instrução também podem ser apontados como causas do problema”, diz.

Outras duas quedas consideráveis na região latino-americana foram as da Bolívia, que no ano passado estava na 105ª colocação e este ano está na 117ª; e El Salvador, que em 2014 se situou na 84ª posição e em 2015 está na 95ª. Do outro lado da moeda se encontram México e Colômbia, que aparecem em 57º e 61º respectivamente, e que ganharam posições em relação aos 61º e 66º de um ano atrás. As primeiras três posições na América Latina continuam sendo do Chile (35º), Panamá (50º) e Costa Rica (52º), embora as três tenham diminuído suas posições para 33º, 48º e 51º, respectivamente.

“Os quesitos instituições, ambiente econômico, saúde, educação primária, sofisticação e inovação do ambiente empresarial é que fizeram com que o Brasil piorasse seu desempenho nesse último ano”, questiona a especialista.

Para ela, a crise econômica pode ser um medidor, mas a competitividade exerce um papel fundamental no desenvolvimento do país. “Pena que o governo demorou um pouco para dar a devida importância ao tema. A falta de competitividade dos produtos brasileiros no exterior pode ser apontada como um dos motivos que levaram à crise econômica que estamos vivenciando na atualidade. Se o “Custo Brasil” não fosse tão alto, os produtos brasileiros quando exportados teriam maior competitividade e, como consequência, as indústrias brasileiras estariam melhor”.

Segundo Kramer, uma série de medidas são necessárias para termos maior competitividade global. “Quando apontamos o “Custo Brasil” como a principal causa a ser combatida, não estamos apenas falando da corrupção, mas também da falta de infraestrutura, altos custos trabalhistas/tributários e burocracia excessiva”, explica a especialista, ressaltando ainda que o Brasil vive um de seus piores momentos. “É inegável que a queda é mais alta depois de uma subida, e foi exatamente o que ocorreu com o Brasil que cresceu muito entre 2010 e 2011. É um momento que exige mudança, não apenas na estrutura institucional, burocrática e tributária, mas também cultural. Para nos desenvolvermos, temos que investir em educação”, finaliza.

Fonte.: Guia Marítimo

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