Milho de MT – Com dólar alto, milho brasileiro está cada vez mais competitivo no mercado internacional

22/10/2015 08:26

Dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostram que o volume contratado para esta safra foi 33% superior ao registrado no mesmo período de 2014, sendo o câmbio o principal fator de promoção da commodity. Com os preços atrativos no mercado internacional, resta saber se está valendo mais a pena exportar o grão ou usar parte da safra na produção de etanol no Estado.

Se o preço favorável estimula o produtor a arcar com o custo do frete até o porto, a possibilidade de comercializar não só o etanol, mas o DDG (subproduto para ração animal) incentiva as indústrias produtoras de etanol de cana a aproveitar a entressafra para adquirir o milho que está praticamente no seu quintal. No Estado, segundo o Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras (Sindálcool), sacas de milho compradas a até R$ 20 viabilizam a produção do combustível. Na sexta-feira, 16, o IMEA cotou a saca em R$ 17,80 em Sorriso.

“É preciso lembrar que tanto o etanol como o DDG são produtos com valor agregado e que, uma vez tendo a infraestrutura montada, mais vale fazer as máquinas rodarem do que recorrer à venda internacional”, afirma Glauber Silveira, ex-presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (Aprosoja) e um dos entusiastas do uso do cereal para fabricação do combustível.

Sérgio Bortolozzo, presidente institucional da Abramilho, diz que o câmbio pode ser vantajoso agora, mas que o produtor precisa analisar a situação a longo prazo. “Daqui a algum tempo, exportar milho não vai ser uma opção. A China, que era um grande mercado consumidor, está caminhando para a autossuficiência e o MT precisa dar destino ao excedente do grão in natura”, afirma. O gigante asiático tem produzido etanol de milho não só para limar os estoques do produto, mas como alternativa para diminuir as emissões de carbono.

Hoje, três usinas flex fabricam o biocombustível em Mato Grosso: a Usimat, em Campos de Júlio; a Libra, em São José do Rio Claro; e a Porto Seguro, em Jaciara. Via de regra, elas operam com milho durante a entressafra da cana, que vai de novembro a março, com rendimento médio de 404 litros do combustível por tonelada de milho. Além do etanol, geram, por tonelada, 220 quilos de DDG, destinado principalmente aos confinamentos de bois da região.

Quanto ao etanol, segundo Silveira, a maior parte da produção é consumida no Mato Grosso e o excedente é enviado para o norte do país. “O etanol ainda chega no Pará, Manaus e Rondônia a um preço competitivo porque também é caro transportar gasolina para lá. Então, é vantagem processar o milho aqui”, diz o ex-presidente da Aprosoja.

Fonte.: Portal Revista DBO

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