A dura batalha das expectativas sobre o Conselhão

28/01/2016 14:41

No período da tarde haverá o renascimento do Conselhão. Em outros tempos era uma das principais ligações do governo com a sociedade civil, assim como os conselhos empresariais da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), os conselhos da sociedade civil do ex-Ministro Gilberto Carvalho, o conselho de gestão e outros que foram sendo desativados por insensibilidade e falta de visão política.

Por si, o Conselhão não resolverá nada se o governo não definir um roteiro prévio. Montam-se planos econômicos e políticos em ambientes menores, com grupos de estudo e representantes de setores envolvidos. Espera-se que no último mês esse trabalho esteja sendo elaborado internamente. Dadas as linhas centrais, amplia-se o debate, em locais tipo o Conselhão, recolhem-se as sugestões e amplia-se a informação sobre as metas pretendidas.

A tal reversão das expectativas não pode ficar restrita a mudanças constitucionais ou apenas mudanças da política econômica.  É um todo muito mais amplo.

A base é a ideia-força, orientadora, levantada pelo chefe político, a presidente da República.

Depois, desdobra-se nos planos e projetos de cada Ministério e secretaria. Cabe à presidente, junto com o respectivo Ministro, definir o ponto central de cada Ministério subordinado à ideia-força, assim como as sinergias entre as diversas áreas, especialmente aquelas que atuam de forma horizontal.

Obviamente não se monta esse desenho em decisões fechadas de gabinete. Exige-se uma metodologia de organização de grupos de trabalho para cada tema, definição clara de atribuição de cada parte envolvida, hierarquização das prioridades, tudo sob a orientação do Ministério mais diretamente envolvido com o tema. Depois, a montagem de sistemas de avaliação e cobrança, a cargo da Casa Civil, como braço da presidência da República.

Já se cometeu a tolice de tirar o status de Ministério de várias das secretarias que atuavam horizontalmente, para economizar miçangas. De qualquer modo, elas poderão ganhar status na definição dos programas, dependendo da vontade política da presidente.

Depois, botar o bloco na rua e ter paciência para a colheita.

As expectativas serão revertidas quando começarem a pipocar resultados das diversas frentes. Com um sistema centralizado de controle das informações e, principalmente, valendo-se do discurso presidencial, a disseminação dos resultados das partes irá consolidando na opinião pública a noção do todo..

Não me perguntem qual é, em minha opinião, a probabilidade do governo montar esse plano estratégico, para não estragar o dia.

 

por Luis Nassif em seu blog Luis Nassif ONLINE
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