04/02/2016 12:03
Os prejuízos do BC com as operações de intervenção no câmbio (swap), e com os leilões foi o maior desde setembro do ano passado, quando as perdas chegaram a R$ 38,6 bilhões
Naquele mês, o dólar rompeu a barreira dos R$ 4,00 pela primeira vez – encostou em R$ 4,25 -, depois que o Brasil perdeu o primeiro selo de bom pagador dado pela agência de classificação de risco Standard & Poor´s. Em seguida, a Fitch também retirou seu aval e a expectativa agora é com um possível rebaixamento do Brasil pela Moody´s.
As operações de swap envolvem operações com câmbio e juros, mas na prática funcionam como uma venda de dólares no mercado futuro. Nessas operações, o Banco Central perde dinheiro quando o dólar sobe mais do que a taxa de juros. Em janeiro, a valorização da moeda americana foi de 1,54%.
A intenção com essas operações é minimizar oscilações na cotação do dólar no Brasil. Um estudo publicado recentemente pelo próprio BC, no entanto, mostra que não há evidências que essas intervenções produzam os efeitos desejados.
Valorização das reservas
Ao mesmo tempo em que a alta do dólar provocou prejuízo com as operações de swap cambial, trouxe ganho com a valorização das reservas internacionais. O ganho chegou a R$ 54,3 bilhões. Atualmente, o Brasil tem US$ 370 bilhões em reservas internacionais, um colchão de liquidez que o BC pode administrar para evitar especulações contra o real em momentos de crise.
As reservas são consideradas por muitos especialistas como o grande trunfo que o Brasil tinha para receber o título de grau de investimento mesmo tendo outras fragilidades econômicas.
Muitos economistas sugeriram ao BC que usasse os recursos das reservas em setembro do ano passado, quando o dólar disparou. A instituição, no entanto, preferiu manter os recursos em caixa.
Entrada de dólares no País. O Banco Central divulgou nesta terça-feira, 2, ue o ingresso de dólares no País em janeiro somou US$ 1,5 bilhão, já descontadas as saídas. A entrada dos recursos em janeiro ajuda a reverter parte das retiradas de US$ 2,1 bilhões vistas em dezembro do ano passado.
Apesar disso, o valor é inferior aos US$ 3,9 bilhões registrados em janeiro do ano passado. Vale lembrar que no primeiro mês de 2015, Joaquim Levy assumia o Ministério da Fazenda e o mercado financeiro e investidores internacionais estavam em lua de mel com o novo titular da Pasta.
O que sustentou desta vez o resultado positivo foi o segmento comercial, responsável pela atração de US$ 3,4 bilhões em janeiro.
Já o segmento financeiro, maior porta de saída de recursos nos últimos dois anos, ficou negativo em US$ 1,9 bilhão.
Da Redação com informações do O Estado de São Paulo