07/03/2016 18:42
Dólar fecha em alta, cotado a R$ 3,79 de olho em cena política e BC. Moeda norte-americana chegou a acumular 5,93% semana passada, tendo cenário político ainda é o termômetro.
O dólar avançou 0,88%, a R$ 3,7937 na venda, depois de cair 5,93% na semana passada. A moeda norte-americana atingiu R$ 3,7977 na máxima desta sessão e R$ 3,7350 na mínima.
O dólar futuro avançava cerca de 0,70% no final da tarde.
“O embalo doméstico foi muito forte, há uma certa euforia. Devemos ver alguma realização de lucro e recomposição de posições nesta semana”, disse o operador da corretora B&T Marcos Trabbold. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi levado para depor na sexta-feira em nova etapa da operação Lava Jato sob suspeita de ser beneficiário de crimes envolvendo a Petrobras, aproximando ainda mais a investigação do atual governo. A reação do dólar foi engatar em forte queda frente ao real, já que muitos investidores entendem que eventual troca do governo pintaria um quadro mais favorável à recuperação da economia brasileira. Alguns operadores ponderam, porém, que essas incertezas políticas prejudicam ainda mais a governabilidade do país.
“Nem tudo são flores. O mercado talvez precise rever um pouco esse otimismo exacerbado”, resumiu o diretor de câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues. Outro item que atraiu atenção é a estratégia de intervenção cambial do BC. Na sexta-feira, a autoridade monetária vendeu apenas 8 mil dos 9,6 mil swaps cambiais ofertados em leilão para rolagem dos contratos que vencem em abril, equivalentes a US$ 10,092 bilhões. A decisão afastou a moeda norte-americana das mínimas da sessão passada, quando chegou à casa dos R$ 3,65, e alimentou expectativas de que o BC poderia reduzir o ritmo das ofertas nos dias seguintes. Após o fechamento, porém, a autoridade monetária anunciou para este pregão leilão com a mesma oferta de até 9,6 mil contratos.
E vendeu o lote integral. Com isso, já rolou ao todo o equivalente a US$ 2,255 bilhões, ou cerca de 22% do lote total.
“O BC indicou que está disposto a diminuir a rolagem quando as condições permitirem, mas talvez esta não seja a hora. Acho que ele sabe que o mercado deve continuar volátil, é bom manter a oferta de proteção”, disse o operador de um banco nacional.
Por Bruno Federowski, atualizada às 17h23