Federal Reserve equilibra ”desastre” no mercado financeiro

16/03/2016 19:05

Com Lula no governo Dilma, o mercado desabou mais um dia. E somente no meio da tarde, paralelo aos fatos domésticos, o FED salva o mercado com a manutenção das taxas de juros.

O pregão paulista firmou-se no azul na parte da tarde, ajudado pela decisão do Federal Reserve de manter a taxa de juros, enquanto indicou apenas duas altas de juros neste ano ao invés das quatro previstas anteriormente.

Os juros futuros nos EUA passaram a mostrar chances menores de aumentos de juros nos próximos meses, com probabilidade de 46% de elevação em junho e 74% em dezembro, contra 50% e 82%, respectivamente.

Ao demorar a elevar os juros, o Fed não aumenta a atratividade de ativos financeiros norte-americanos e evita saída de dólares de outros mercados tidos como menos seguros, como o Brasil.

O Ibovespa subiu 1,34%, a 47.763 pontos. Na mínima, o índice de referência do mercado acionário local caiu 1,29%. Na máxima, subiu 1,44%.

O volume financeiro do pregão somou R$ 8,27 bilhões.

 

Destaques

Petrobras fechou com as ações preferenciais em alta de 9,38%, após acumular queda de 18,3% nas duas sessões anteriores. Os papéis seguem sensíveis ao cenário político, mas encontraram na alta dos preços do petróleo no exterior suporte para a recuperação.

Banco do Brasil, que também vem oscilando ao sabor do noticiário de Brasília e teve uma sessão volátil, encerrou em alta de 3,37%, após recuar mais de 20 por cento na véspera. No setor, Itaú Unibanco e Bradesco caíram 2,96% e 2,22%, respectivamente. O Credit Suisse reiterou recomendação “underperform” para os papéis dos três bancos.

Vale fechou com as ações preferenciais de classe A com ganho de 8,88%, favorecidas pela alta dos preços do minério de ferro na China. Papéis de siderúrgicas também tiveram uma sessão de fortes ganhos, com Usiminas avançando 10,9%, na melhor performance do Ibovespa, seguida porCSN, com alta de 10,54%.

Ecorodovias terminou com elevação de 5,42%, com balanço do quarto trimestre da empresa de concessões de infraestrutura no radar. Em nota a clientes, a equipe da corretora Brasil Plural destacou positivamente os esforços para a redução de custos pela companhia, mas disse que o tráfego de veículos decepcionou.

JBS fechou em alta de 4,62%, antes da divulgação do balanço do quarto trimestre previsto para depois do fechamento do mercado.

 

Dólar

O dólar fechou em queda e abaixo de R$ 3,75 nesta quarta-feira após o Federal Reserve, banco central norte-americano, projetar menos altas de juros, o que favoreceria mercados emergentes que oferecem rendimentos elevados.

A notícia veio em um dia marcado por forte volatilidade, após o anúncio de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumirá a Casa Civil e diante de notícias de que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, pode deixar o cargo. Pela manhã, o dólar chegou a subir mais de 2%.

A moeda americana recuou 0,64%, a R$ 3,7391 na venda, após atingir R$ 3,8542 na máxima. A moeda norte-americana acumulou alta de 4,79% só nas duas sessões anteriores, sendo que havia despencado 10,30% neste mês até o fim da semana passada.

 

Petróleo

Os preços do petróleo subiram com os países membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) planejando um encontro em abril para retomar as discussões a respeito do congelamento da produção da commodity. Além disso, os estoques nos Estados Unidos cresceram menos do que o esperado na semana passada, sinalizando demanda mais forte pelo produto.

O armazenamento de petróleo nos EUA subiu em 1,32 mihão de barris, de acordo com dados do governo – menos da metade dos 3,2 milhões de barris previstos pela Bloomberg.

O Fed manteve os juros nesta quarta-feira, mas indicou que o crescimento econômico moderado permitirá que o banco central norte-americano volte a apertar a política monetária neste ano em ritmo mais lento do que o estimado anteriormente. O BC dos EUA citou riscos provenientes da economia global.

 

Cotações

Por volta de 17h35, em Londres, o barril de petróleo tipo Brent tinha alta de 3,98%, cotado em US$ 40,28.

Em Nova York, o barril tipo WTI, com entrega para abril, avançou 5,8%, a US$ 38,46.

 

Da Redação com informações da Agência Reuters e Bloomberg News