Está difícil Lula ser ministro

18/03/2016 22:15

Gilmar Mendes concede liminar suspendendo a posse do petista ”foragido” de investigações da operação Lava Jato pelo juiz federal Sérgio Moro.

O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes concedeu uma liminar suspendendo a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro da Casa Civil. De acordo com a decisão, as investigações sobre Lula continuarão a cargo do juiz federal Sérgio Moro.

Para Gilmar, a nomeação caracterizou intenção de empoderar Lula para fugir da Justiça Federal do Paraná. A liminar concedida pelo ministro é sujeita a recurso para levá-la à apreciação do plenário do Supremo Tribunal Federal.

O Supremo Tribunal Federal (STF) está sendo inundado nesta quinta (17) por ações contra a posse dde Lula na chefia da Casa Civil. São, até agora, dez processos, seis dos quais estão sob a relatoria do ministro Gilmar Mendes – considerado o mais crítico ao governo na Suprema Corte.

Mendes acumula dois mandados de segurança, um ajuizado pelo PPS e outro por um advogado do Distrito Federal. Estão nas mãos dele também outras quatro petições de populares que pedem a anulação do decreto da presidente Dilma Rousseff nomeando Lula como ministro.

Nesta quarta-feira, 16, Mendes fez uma série de críticas ao governo e à ida do ex-presidente para a chefia da Casa Civil. Ele afirmou que a nomeação é “uma bizarrice que nos enche de vergonha” e uma “desfaçatez”, e que a posse é uma manobra para que Lula fuja da investigação no âmbito da Lava Jato que corre em Curitiba (PR), sob a condução do juiz Sérgio Moro.

Além das ações com Mendes, há duas arguições de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) com o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo. Um deles foi proposto pelo PSB, e o segundo pelo PSDB. O décimo processo, uma ação cautelar ajuizada por um advogado de Santa Catarina, ficou com o ministro Marco Aurélio Mello. A ação foi a primeira a ser protocolada, ainda ontem, e teve o seguimento negado pelo ministro nesta tarde.

lula sofrendo

Nesta quarta-feira (16), com a frontalidade que o caracteriza, o ministro Gilmar Mendes criticou veementemente a nomeação ao final de seu voto sobre o rito do impeachment.

 

Da Redação