06/04/2016 16:58
Relator deu parecer favorável e o processo de impeachment contra Dilma segue firme. Do outro lado, PP com uma postura no mínimo amoral, não oficializa desembarque do governo.
O deputado Jovair Arantes (PTB-GO) apresentou em seu relatório na comissão de impeachment parecer favorável a admissibilidade da denúncia e ao seguimento do processo contra a presidente Dilma Rousseff.
“A importância da nossa decisão é incomparável. É aqui que tudo começa. É aqui, na Casa do Povo, que se autoriza a instauração do processo”, disse o deputado em sua leitura.
Após a discussão do relatório, prevista para sexta-feira, o documento deve ser votado na segunda-feira e depois disso tem que ser lido no plenário da Câmara e publicado.
A partir daí, após prazo de 48 horas, pode ser votado pelos parlamentares. São necessários os votos de 342 deputados para que a Casa autorize a abertura do processo de impeachment contra Dilma.
A sessão da comissão especial do impeachment foi marcada por tumulto logo no início da reunião. O bate-boca começou porque o advogado-geral da União substituto, Fernando Luiz Albuquerque Faria, pediu a palavra para defender Dilma. O presidente da comissão, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), explicou que somente os integrantes da comissão teriam o direito de falar e que o momento seria destinado apenas à apresentação do relatório.
Segundo ele, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo , já havia apresentado a defesa aos deputados.
Desembarque do PP
Em coletiva de imprensa, o presidente do PP, Ciro Nogueira, disse que o partido permanece na base de apoio ao governo e que a orientação da sigla é pelo voto contra o impedimento de Dilma. Ainda assim, ele reconheceu que não há unanimidade dentro da legenda.
De acordo com o presidente do PP, mais de 40 dos 57 parlamentares do partido são favoráveis à permanência na base governista e contrários ao processo de impeachment que está em tramitação em comissão especial da Câmara dos Deputados. “Mais de 40 senadores e deputados querem permanecer no governo”, afirmou Nogueira.
Antes disso, Dilma sinalizou que poderia abrir espaço para o partido e entregou a diretoria do Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), cujo orçamento é de R$ 1,1 bilhão, para o PP.
O PP se tornou peça-chave entre os partidos da base governista na tentativa de Dilma para sobreviver ao impeachment, por conta de seus 49 deputados e seis senadores.
Ainda assim, em menos de 1h depois da coletiva, o senador Romero Jucá, que assumiu a vice-presidência devido o licenciamento de Michel Temer, esteve com Ciro Nogueira em conversa descontraída. Logo, o PP ainda se coloca no quadro atual como a ”noiva da vez” e estuda qual melhor direção tomar diante dos cortejos do governo e do PMDB num eventual governo Temer.
Da Redação