30/05/2016 11:12
Um pedido para leigos em investimentos. Se você é um expert em investimentos, se já opera ações e opções em alta frequência, este texto não é para você
Este é um texto feito para os leigos em investimentos. Falo com os iniciantes neste mundo. Faço isso sem nenhum tom pejorativo.
Ao me referir ao leigo, falo com o não profissional, o médico inteligente e competente ainda pouco treinado com o universo das finanças… O advogado dedicado e com pouco tempo para ler sobre aplicações adequadas para seus investimentos…
O professor que corrige provas à meia-noite.
Ou seja, falo com todas as pessoas inteligentes espalhadas nas mais variadas profissões, interessadas em ver seu dinheiro rendendo um pouco mais, mas ainda sem o treinamento necessário para isso.
Então, se você é um expert em investimentos, se já opera ações e opções em alta frequência, este texto não é para você. Recomendo ignorar essas palavras e ler outra coisa — pode ser um material alternativo da Empiricus. Certamente há algo valioso em nossa prateleira para você.
Agora, se você pertence à categoria do que estou chamando gentilmente aqui de leigo, você não apenas pode ler este texto. Você realmente deve fazê-lo. Trata-se de uma questão de responsabilidade consigo e com sua família.
Pense comigo — peço, por favor, que faça mesmo o exercício: você acha mesmo apropriado deixar seu dinheiro na poupança rendendo 6% ao ano, enquanto a inflação deste ano será de 7%?
Deixe-me fazer um pouco mais claro: você julga apropriado aceitar perder 1% do seu patrimônio ao ano? Aquele dinheiro, que você suou tanto para conseguir e hoje, mesmo não sendo muito, se orgulha de ter guardado?
Ok, ok. Eu entendo. Mesmo. Talvez você pense que isso tudo não é para você. Talvez seja o caso de falta de tempo.
É o caminho mais fácil. Certamente, é o mais cômodo.
Mas esse comodismo está lhe fazendo mais pobre. Aquele dinheiro aplicado na poupança ou mesmo naquela recomendação caprichada do gerente de seu banco — aquela feita justamente para o gerente bater a meta dele na instituição financeira, cobrando altas taxas do cliente — poderia render-lhe muito mais.
Aplicado corretamente, significaria a viagem para a Europa no final do ano. Quem sabe não permitiria trocar de carro? Ou, ainda, dar entrada na casa da praia? Reformar o sítio, talvez…
Não se trata de luxo. Minha questão aqui é com responsabilidade. Cuidar da sua saúde financeira não é apenas um direito – é verdadeiramente um dever.
Daí podem vir a faculdade do seu filho, um seguro saúde capaz de cobrir hospitais melhores. Ou mesmo uma herança maior para eles…
Um bom pai ou uma boa mãe não cuida apenas da saúde, da educação e da segurança da família. Tem de cuidar das finanças. Mesmo porque, infelizmente, ainda é impossível ter os três primeiros sem o último.
Por isso, hoje eu tenho um pedido a lhe fazer, daqueles curiosos em que o único e maior beneficiado será você mesmo: cuide das suas finanças. Comece hoje com o primeiro passo. Os outros virão naturalmente. A própria inércia vai cuidar do resto.
Renda-se, como eu me rendi.
Por Felipe Miranda é analista da Empiricus Research