Opinião – No meio da tempestade

10/06/2016 06:35

”Apesar da vantagem numérica de que dispõe  no plenário., certamente por conta dos favores que praticou…Mesmo assim, navega em mar tempestuoso.”

Caso Eduardo Cunha consiga preservar seu mandato e a presidência da Câmara, mesmo suspenso por dois ou três meses, acontecerá o quê quando o presidente Michel Temer visitar Buenos Aires, a convite do presidente da Argentina? Cunha não abrirá mão de ocupar o palácio do Planalto, até por imposição constitucional. Muito menos Temer deixará de demonstrar a disposição de cumprir integralmente seu mandato, interino ou definitivo. Até o último dia de fevereiro, o presidente da Câmara exercerá as funções de primeiro substituto. Até tripudiando sobre os adversários.

Claro, se conseguir evitar a cassação. Tanto faz se por conta da maioria dos deputados ou por iniciativa do Supremo Tribunal Federal. Renunciar, não renunciará.

Tendo ficado para a próxima terça-feira a decisão sobre a cassação de Eduardo Cunha no Conselho de Ética da Câmara, por quanto ele permanece apenas afastado. Dispõe de 10 ou 11 votos, contra 9. Fica evidente que trabalhou bem, ou melhor, bem para ele e sua turma. Pior não poderia ser, no caso, pior para a Câmara e o poder Legislativo. Afinal, são múltiplas as denúncias contra ele, inclusive de atrapalhar o processo da Lava Jato. Seu perfil não poderia ser pior, apesar da vantagem numérica de que dispõe  no plenário. Certamente por conta dos favores que praticou.

O pedido do Procurador Geral para a prisão de Renan Calheiros, Romero Jucá e José  Sarney, dividindo com o parlamentar fluminense os holofotes de antes. Mesmo assim, navega em mar tempestuoso.

 

carlos chagas

Por Carlos Chagas

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