13/06/2016 09:39
Tensão externa persiste enquanto mercado aguarda medidas de Temer. Atentado em Orlando pode influenciar Brexit. Bolsas recuam. Ipiranga compra ALE
Investidores encontram razões nesta segunda-feira (13) para prosseguir com o viés cauteloso do fim da semana passada. Incertezas sobre a saúde da economia global crescem à medida que se aproxima o plebiscito que decidirá a permanência do Reino Unido na União Europeia, o tal Brexit, no dia 23 de junho.
Para analistas, o atentado neste fim de semana em Orlando, nos Estados Unidos, tende a fortalecer a votação pela saída do Reino Unido devido à questão do maior controle de fronteira. A tragédia domina o fluxo de notícias e entra no debate político em tempos de eleições presidenciais norte-americanas.
Para completar, dados fracos de investimento na China dão o pontapé inicial da agenda econômica da semana que tem ainda a reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) que definirá o futuro da política monetária do país.
Bolsas europeias recuam assim como os índices em Wall Street e as cotações de commodities, como o barril de petróleo. De acordo a empresa de pesquisas Axioma, as ações europeias poderiam perder cerca de 25% de seu valor imediatamente após o Brexit. Pesquisa na sexta-feira mostrava 10 pontos de vantagem para a saída britânica.
“No mercado internacional de câmbio o dólar opera misto, perde levemente para os seus pares, mas ganha da maioria das divisas emergentes e relacionadas às commodities. Aqui, como não temos nenhuma novidade na esfera política, o dólar comercial deve ter uma outra sessão de valorização, acompanhando o sentimento vindo do exterior”, avalia Jefferson Luiz Rugik, da Correparti Corretora.
Internamente prossegue a expectativa por medidas econômicas para conter os gastos públicos. Segundo apuração da Folha de S.Paulo, a PEC que estabelece o teto da despesa estatal deve ter um prazo de cerca de sete anos. O Estado de S. Paulo aponta que o governo pretende votar a questão até o fim de julho.
O poder e a economia
Teto desmontável – Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o governo pretende votar até o fim de julho a proposta da criação de um teto para os gastos públicos. O presidente interino Michel Temer planeja entregar pessoalmente a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) aos deputados ainda nesta semana. A proposta está sendo desenhada para ter um prazo de, no máximo, sete anos.
Governo gastão – A trajetória que as despesas do governo federal está seguindo neste ano mostra uma forte expansão e deve alcançar um novo recorde. Excluindo os pagamentos das pedaladas fiscais, a programação orçamentária e financeira definida na semana passada por decreto estima gastos de R$ 1,230 trilhão em 2016 frente R$ 1,103 trilhão em 2015, um aumento nominal de 11,5%. A informação é do jornal Valor Econômico.
Negócios no mundo corporativo
Ipiranga e Ale – Enquanto a Petrobras dorme no ponto, o grupo Ultrapar – que é dono da rede Ipiranga – levou a rede de postos Ale por R$ 2,168 bilhões. São 2 mil postos e 260 lojas de conveniência, além de uma infraestrutura composta por 10 bases logísticas.
Da Redação com informações de Gustavo Kahil, Marcelo Ribeiro e Weruska Goeking, jornalistas e especialistas no mercado