Opinião – Governabilidade

27/06/2016 01:11

”Não só pelo RGA, mas em 18 meses, Taques entra em perigoso isolamento político e perde toda a sua força política pela incapacidade de formular posicionamentos políticos.”

De sã consciência, a nenhum mato-grossense interessa a rápida desconstrução que está tomando conta da gestão Pedro Taques.

Contudo, é visível a olho nu que em 18 meses ela entra em perigoso isolamento político e perde toda a sua força política.

Não só pela greve dos servidores públicos que completa um mês esta semana, mas pela incapacidade de formular posicionamentos políticos.

Não é o único dos males. Nesta semana, ouvi de pessoas absolutamente experientes impressões como: “passou a fase do discurso ético. Já não convence mais.A sociedade quer respostas”.

De ex-governador ouvi: “Aé agora, o governador viveu do medo que inspirou. Todo mundo perdeu o medo. É preciso mudar o discurso”.

Nos círculos íntimos do Governo, também correm soltas as queixas sobre a excessiva centralização de todas as decisões nas mãos do governador e do que eles mesmos chamam de “patrulhamento”.

“Ninguém confia em ninguém”, disse-me um dois secretários próximos ao núcleo duro do governo.

No meio da sociedade, as percepções não são diferentes.

No correr da semana, o conselheiro do Tribunal de Contas, José Carlos Novelli, emitiu um parecer muito duro, onde diz que a gestão Pedro Taques politizou as denúncias contra o ex-governador Silval Barbosa e criticou abertamente a área jurídica do governo e aponta contradições da gestão com pagamentos a várias empreiteiras sobre contratos que ela mesma questiona.

Já a greve dos servidores públicos aponta uma longa guerra que poderia ser resolvida mediante diálogo não-impositivo. É a opinião generalizada, ainda que todos admitam as conseqüências fiscais para o Estado.

“Não é a greve, disse-me um ex-governador experiente em greves. É o jeito de conversar. Nós contra vocês não funciona”, disse ele.

Por fim, esse mesmo ex-governador lembrou método usado pelo ex-governador Dante de Oliveira, no auge da maior crise do seu governo, no começo, quando sua gestão se inviabilizava pela crise financeira.

Ele fechou-se por semanas com os secretários colaboradores íntimos para uma psicanálise de grupo em Chapada dos Guimarães e em uma fazenda. Ouviu cobras e lagartos.

No final, formularam uma filosofia de governo que salvou a sua gestão e deu-lhe um discurso.

Tá passando da hora uma coisa assim com a gestão Pedro Taques, se quiser ser salva dela mesma!

 

onofre ribeiro

Por Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso [email protected] www.onofreribeiro.com.br
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