Mercado seguiu cauteloso às vésperas da votação da Câmara

13/07/2016 18:08

Dólar cai com otimismo na cena política do Brasil. Mercado sente cautela antes da votação da presidência da Câmara e Ibovespa fecha em alta pelo 6º pregão seguido.

O dólar fechou em queda frente ao real nesta quarta-feira, reagindo ao otimismo dos investidores com as perspectivas brasileiras, mesmo em meio a alguma cautela antes da votação da presidência da Câmara dos Deputados e à atuação do Banco Central brasileiro.

O quadro relativamente tranquilo nos mercados externos também ajudou a trazer alívio ao câmbio no Brasil, embora algumas praças externas tenham sucumbido após três dias de bom humor motivado por expectativas de estímulos econômicos.

O dólar recuou 0,71 por cento, a 3,2745 reais na venda, após chegar a 3,2719 reais na mínima do dia. O dólar futuro tinha desvalorização de cerca de 0,70 por cento no fim da tarde.

“O mercado comprou a ideia de que o Brasil virou a esquina e isso permite que o câmbio se movimente de forma mais comportada”, disse o diretor de câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues.

Operadores apostam que Temer terá mais facilidade que sua antecessora, a presidente afastada Dilma Rousseff, para aprovar medidas de austeridade fiscal no Congresso, perspectiva que vem contribuindo para aumentar a demanda por ativos brasileiros.

A equipe de estratégia do banco HSBC recomendou a clientes que comprem títulos de 10 anos do Brasil, citando a influência de Temer no Congresso, o quadro global mais favorável e a credibilidade do presidente do BC, Ilan Goldfajn.

Nesta sessão, no entanto, operadores adotaram alguma cautela antes da votação na Câmara, marcada para começar no final desta tarde. Na véspera, a bancada de deputados do PMDB decidiu que teria candidatura própria à presidência da Câmara e escolheu o deputado Marcelo Castro (PI) como postulante oficial do partido, à revelia do Palácio do Planalto.

O presidente do PT, Rui Falcão, elogiou Castro como um bom nome na disputa, que agora terá 14 candidatos.

“O tom continua positivo, mas temos um evento importante hoje. Muita gente fica com um pé atrás de operar antes da eleição na Câmara”, disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.

Ele se referia ao apetite por ativos de maior risco que percorreu os mercados internacionais nas últimas sessões em meio à perspectiva de medidas de estímulo no Japão e no Reino Unido, que ofuscou preocupações com o impacto econômico da opção britânica por deixar a União Europeia (UE).

Parte desse bom humor se esvaiu ao longo desta sessão e o dólar passou a operar com direções mistas em relação a moedas emergentes.

Também contribuiu para limitar as perdas do dólar a atuação do Banco Central brasileiro, que interviu para sustentar as cotações da moeda dos Estados Unidos em todos os pregões deste mês à exceção de um. Nesta sessão, repetiu a venda de 10 mil swaps reversos, que equivalem a compra futura de dólares.

Ações/Ibovespa

O principal índice da Bovespa fechou em alta nesta quarta-feira, na máxima em mais de um ano, ganhando fôlego à tarde com o avanço de bancos e da mineradora Vale, apesar do recuo das ações da Petrobras.

De acordo com dados preliminares, o Ibovespa subiu 0,65 por cento, a 54.611 pontos. Trata-se do maior patamar de fechamento desde maio de 2015. Na mínima, pela manhã, o índice caiu quase 1 por cento. O volume financeiro do pregão somava 6,4 bilhões de reais.

 

Da Redação com informações de Paula Arend Laier e Bruno Federowski da Agência Reuters
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