22/08/2016 11:42
Apesar que em Cuiabá o cenário é outro, o PSDB se torna o maior aliado do PMDB nas eleições municipais após o ”racha” com o resultado avançado do impeachment
Em 2012, o PMDB fechou 282 coligações nas quais tinha um petista como vice (12% do total das candidaturas peemedebistas). Em 2016, o número caiu para menos da metade: 124 (5% do total). Com isso, os tucanos subiram para o primeiro posto no ranking de coligados com os peemedebistas, enquanto os petistas passaram para o terceiro lugar, atrás dos pedetistas.
O afastamento entre as legendas da presidente afastada Dilma Rousseff e do presidente em exercício Michel Temer também fica evidente pelo lado dos candidatos a prefeito do PT, que tiveram 213 vices do PMDB na eleição passada e terão apenas 76 na disputa deste ano. No total, o número de alianças entre PMDB e PT, com um ou outro partido na cabeça de chapa ou no cargo de vice, caiu de 495 para 200 – uma redução de cerca de 60%.
Para o peemedebista Geddel Vieira Lima, ministro-chefe da Secretaria de Governo, o fato de o PSDB aparecer agora como o aliado preferencial é “uma mudança de eixo”. “É fruto dessa aproximação nacional (com os tucanos) e do afastamento entre PMDB e PT.” O deputado federal Silvio Torres (SP), secretário-geral do PSDB, disse que seu partido superou o PT nas alianças por ser “o mais estruturado”.
A mudança de posição no ranking, porém, se deve à queda do PT, e não a uma maior aproximação entre PMDB e PSDB nos municípios – no passado, esses dois partidos já estiveram juntos em mais coligações.
As alianças nos municípios sejam predominantemente direcionadas por interesses locais. A exemplo disso, temos Cuiabá em que o candidato da situação, Wilson Santos (PSDB), apoiado pelo governador Pedro Taques, também tucano, tem como principal adversário o pemedebista Emanuel Pinheiro. O cenário entre o PSDB e PMDB de Cuiabá é bem diferente do estampado a nível federal.
As expectativas em relação às eleições gerais de 2018 têm peso significativo. E nada garante que, até lá, PMDB e PSDB continuem unidos na esfera federal – posição a que chegaram no decorrer do processo de impeachment de Dilma.
Se as eleições municipais deste ano tiverem influência em 2018, o PMDB tende a sair bem posicionado. O partido vai disputar as prefeituras de pelo menos 2.336 cidades, três dezenas a mais do que em 2012. Além disso, deve ser beneficiado pela redução significativa de candidatos petistas. O PT disputou cerca de 1.800 prefeituras há quatro anos e, agora, deve concorrer em menos de mil.
Os cálculos foram feitos com a base de dados de candidatos que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) publicou na última sexta-feira à noite. O prazo para registros de candidatos terminou na segunda-feira passada, mas nem todos os cartórios eleitorais mandaram seus dados para o sistema informatizado do TSE. Com isso, a lista definitiva de candidatos e coligações ainda pode sofrer pequenas alterações.
Da Redação com informações da Agência Estado