17/05/2017 11:10
”As investigações começaram a chegar aos governos estaduais. São de estarrecer. Também não escapam as prefeituras. Ninguém se espante se alguém gritar “teje todo mundo preso!”
Nesse festival de horrores que a televisão apresenta todos os dias, por conta das atividades da Odebrecht, o primeiro prêmio vai para os parlamentares aquinhoados com propina por terem aprovado medidas provisórias favorecendo a empreiteira. Vale o mesmo para a votação de projetos de lei.
Quer dizer, na Câmara e no Senado existem ratos que votaram legislação beneficiando negócios escusos, recebendo milhões pelos serviços prestados. Valeria à pena o governo identificar que medidas provisórias e que leis foram editados dentro desse modelo. Não só para revogá-los, mas, em especial, para obter o ressarcimento do roubo.
Seria bom, também, identificar os líderes dos partidos comprometidos com a tramitação dos projetos fajutos.
O grave nessa substituição das obrigações parlamentares por dirigentes empresariais é que muitos deputados e senadores aprovaram sem saber a origem e os interesses daquilo que votaram. Alguns imaginaram estar prestando favores ao governo. Outros sequer cogitaram saber porque. Os bandidos, porém, não se esqueceram de cobrar pelos votos.
As investigações começaram a chegar aos governos estaduais. São de estarrecer. Também não escapam as prefeituras. Ninguém se espante se alguém gritar “teje todo mundo preso!”
Por Carlos Chagas