Frete Tabelado – As perdas são bilionárias para setores produtivos

05/07/2018 11:41

A tabela de frete fez com que a soja e milho perdessem cerca R$ 10 bilhões em 15 dias, com mais de 6,5 milhões de toneladas de soja e farelo deixaram de ser exportadas

Os setores de soja e milho registraram perdas de aproximadamente R$ 10 bilhões com a criação da tabela de preços mínimos do frete rodoviário da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) em apenas 20 dias de vigência. Os dados foram divulgados pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) na última quarta-feira (20/06).

De acordo com os dados, 6,8 milhões de toneladas de soja e farelo deixaram de serem vendidas ao exterior em apenas 15 dias de existência do tabelamento. Elisangela Pereira Lopes, assessora técnica da Comissão Nacional de Logística e Infraestrutura da CNA, afirmou em entrevista para a Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), que essa medida resulta em um aumento de 50% nos valores praticados antes da tabela, isso sem considerar o chamado frete de retorno.

“Também afeta os contratos firmados anteriormente com preços fixados com o comprador. Aplicando a tabela, o preço chega a R$ 437,55 por tonelada, um aumento de 51%. Se não houver frete de retorno, o acréscimo é de 120%, o equivalente a R$ 637,10 por tonelada no percurso Sorriso a Santos”, exemplifica, analisando o valor do frete de Sorriso (MT) ao Porto de Santos (SP).

Segundo a CNA, além da soja e milho, outros setores do agronegócio também foram afetados com a medida. O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), por exemplo, informou à Comissão que a determinação da ANTT elevou os custos do transporte interno do grão em 100%, sendo que em Minas Gerais e na Zona da Mata cerca de 80% do fluxo de café foi afetado.

Outro ramo agrícola afetado foi o setor do arroz, que também teve o custo do frete aumentado em 100%, sendo que 50% dos embarques ficam parados nos portos. No mercado interno, o aumento variou de 35% e 50% fazendo com que o preço subisse cerca de 10% para o consumidor final nos supermercados.

 

Da Redação com informações do AgroLink