08/12/2018 12:58
”Não se trata de se querer justiça a qualquer preço, sem provas. Trata-se apenas de querer um tratamento isonômico, midiáticamente falando, dos dois casos”
A chamada “grande mídia” mantém silêncio ensurdecedor sobre o atentado praticado contra o presidente eleito Jair Bolsonaro, em Juiz de Fora, praticado pelo Adélio, com facada certeira, no abdômen do então candidato à presidente do Brasil. Passado meses da tentativa de assassinar a vitima, com a clara intenção política de modificar o quadro eleitoral, o assunto sumiu do noticiário, em particular, nas redes de televisão, em flagrante contraste com a cobertura dispensada ao caso da vereadora Marielle Franco, no Rio de Janeiro. A diferença é que ela morreu e ele não? Não me parece razoável que a falta de isonomia na cobertura dos fatos se alicerce no desfecho. O fato de Marielle ter, tristemente, falecido, não torna menos grave uma tentativa de assassinato, cujo eventual “sucesso” levaria a uma drástica mudança na história do Brasil.
A mídia internacional também divulga com destaque o ocorrido no Rio de Janeiro, inclusive os apelos da “viúva” da vereadora para que os culpados sejam identificados e punidos, até agora sem conclusão da autoria. No evento de Juiz de Fora, temos a autor preso em flagrante, indícios de coautoria, mandantes suspeitos, mas, mesmo assim, continuam sendo feitos repetidos exames de sanidade mental no “cidadão Adélio, como possível maluco beleza.” Essa demora processual, essa incapacidade de se fazer justiça, expõe o Brasil como um dos campeões da impunidade. Não se trata de se querer justiça a qualquer preço, sem provas. Trata-se apenas de querer um tratamento isonômico, midiáticamente falando, dos dois casos.Na tentativa do assassinato, só faltou a prova máxima: O MORTO.
Brasil acima de tudo. Deus acima de todos.
Por Jorge Motta é jornalista