25/01/2019 13:42
”A esta altura do jogo pesado, sem previsão para acabar, quem se delicia, de camarote, são os desafetos e opositores do presidente eleito e consagrado nas urnas”
Bolsonaro está em desvantagem no arranca rabo com a Folha de São Paulo e Grupo Globo.
Com juras de amor à democracia e a liberdade de expressão, logo que assumiu o cargo, o presidente mostra que não foi feliz ao afirmar que certos veículos de imprensa não teriam mais vida mansa com verbas polpudas de anúncios do governo.
Piorando as coisas, Bolsonaro, a primeira-dama e os filhos dão entrevistas para todo mundo. Até para o jornalzinho do colégio onde estudaram. Menos, porém, para a Folha de São Paulo e Globo. Nessa linha, agravando e entornando mais ainda o caldo, surge em cena, em palpos de aranha, o filho e senador eleito Flávio Bolsonaro, para esclarecer contas bancárias reveladas pelo Coaf e vazadas para o Jornal Nacional.
Para a Folha e Grupo Globo, já em pé-de-guerra com Bolsonaro, foi a fome com a vontade de comer. Ambos vão tirando o couro aos pouquinhos, sem dó e piedade, de Flávio Bolsonaro.
O senador Flávio se irrita com o noticiário desfavorável. Mas não pode impedir a publicação dos fatos. Folha e Globo, principalmente o Jornal Nacional, se esmeram em exibir novas denúncias e o mais grave: refutam com vasta munição as explicações do jovem senador carioca. Quanto mais Flávio estrebucha, mais cai na esparela perigosa do nada esclarecido e do ninguém se convenceu do que o acusado argumenta.
Os ânimos estão cada vez mais exaltados entre Flávio, Globo e Folha. A esta altura, outros meios de comunicação já engrossaram a pauta. A ordem é demonizar o filho do presidente.
Se Bolsonaro, pai, filhos e auxiliares em geral, não querem virar notícias tristes e desagradáveis, que trabalhem para evitar que elas aconteçam. O fato é que Bolsonaro depois de eleito, errou feio ao olhar torto e ressentido para a imprensa tida por ele como “inimiga”.
Bolsonaro destravou a língua com acidez e gosto de vingança anunciada. Atirou, a meu ver, no próprio pé. Pode-se não gostar do Grupo Globo e do jornalismo pretensioso com mania de dono da verdade que pratica. Contudo, é inegável que toda cobertura ou campanha da emissora tem mais repercussão, boa ou ruim, do que todos os outros canais juntos.
Os mais velhos já viram esse filme. O papai Bolsonaro vai começar a estrilar em defesa da cria. Natural e compreensivo. Será um pena.
Perderá o foco do que exortou em Davos, com patriotismo, firmeza e otimismo, a favor de dias melhores para o Brasil e brasileiros.
A esta altura do jogo pesado, sem previsão para acabar, quem se delicia, de camarote, são os desafetos e opositores do presidente eleito e consagrado nas urnas como a última chama de esperança para os cansados e sofridos brasileiros.
Aberrações
Trio de pais e mães desconhecidos, ratazanas gordas de esgoto, não têm dignidade nem coragem para virar meus personagens. Covardes e canalhas que não honram as calças que vestem. Fezes ambulantes.
Por Vicente Limongi é jornalista. Trabalhou no Globo, TV-Brasília, Última Hora de Brasilia, Ministério da Justiça, Suframa, Universidade de Brasília, Senado Federal e Confederação Nacional da Agricultura. Tem face e blog. É sócio da ABI há 50 anos. É servidor aposentado do Senado.