Opinião – O Brasil no lixo

30/10/2019 17:22

”É uma pena que este episódio lamentável esteja acontecendo justamente agora, quando o país dá seus primeiros passos no rumo do equilíbrio fiscal e da modernidade”

O voto da Ministra Rosa Weber praticamente selou o destino de nossa Nação: o lixo. Seremos definitivamente o paraíso dos bandidos e corruptos, agora legalmente protegidos pelo manto da impunidade estendido pelo Supremo Tribunal Federal. A amiga de Dilma cumpriu sua promessa.

Não precisa bola de cristal para prever os votos de Lewandowski,  Gilmar Mendes e Dias Toffoli, que serão acompanhados, para nossa surpresa e estupefação, pelo decano Celso de Mello, que assim  vai encerrar melancolicamente sua carreira na mais alta corte, execrado pela opinião pública como os outros integrantes da banda podre do Supremo, à qual acaba de se juntar.

Seremos o único país entre os 196 que fazem parte das ONU onde bandido condenado não vai para a cadeia.

Depois do manto da impunidade vem o tapete vermelho, cor muito adequada para encaminhar para a rua e para nosso convívio, com pompa e circunstância, grandes criminosos de carteirinha como Lula, o chefe da quadrilha, que terá no seu séquito, José Dirceu como porta bandeira, milhares de outros meliantes que serão abonados por esta revoltante decisão.

E com isso cai por terra a nossa esperança de transformar o Brasil em um país decente, como vinha tentando a Lava Jato, agora definitivamente sepultada para regozijo dos meliantes poderosos e cheios do dinheiro que roubaram e que, portanto, podem contratar os Kakay da vida e outros advogados famosos para apresentarem recursos e mais recursos, chicanas jurídicas para empurrar com a barriga os processos levando os crimes cometidos à prescrição.

Achei bizarro, para dizer o mínimo, o Presidente do STF tentando nos convencer, como disse na abertura dos trabalhos na semana passada, que o julgamento que se iniciava não tinha nada de pessoal, não tinha nada a ver com o Lula. Todos sabemos que estavam só esperando a hora oportuna para dar o bote e libertar a jararaca. Uma hipocrisia do tipo me engana que eu gosto, como se toda a sociedade que lhes paga os altos salários e as mordomias, fosse composta por um bando de energúmenos e imbecis alienados, entre eles os doutos desembargadores do TRF-4 e os Ministros do STJ que confirmaram as sentenças.  Ficou provado que eles não entendem nada de direito.

O povo que se prepare e se proteja: vamos ter céu de tempestade, com raios e chuva de canivete por todos os lados.  O demiurgo de Garanhuns já prometeu, em alto e bom som, nas entrevistas que deu, na suíte cinco estrelas que dispõe na Polícia Federal de Curitiba, que ele, o “pacificador” que inventou o “nós e eles”,  vai percorrer o Brasil de Norte a Sul,  de Leste a Oeste, já que dinheiro não lhe falta para estas viagens,  tentando mais uma vez arregimentar em torno de suas falácias o exército de rotos e esfarrapados, a Armada Brancaleone que ele prometeu proteger e que acabou jogando mais fundo no poço da miséria.  O Brasil é ou não é um dos campeões mundiais da desigualdade, que recrudesceu durante o império petista?

Esse sofisma de que a maioria dos Ministros do STF estão protegendo a Constituição decretando que criminosos condenados só podem ser presos depois da sentença transitar em julgado percorrendo todas as instâncias da justiça é papo para boi dormir. Sabe quando serão presos? Nunca.

Esse acesso virtuoso de proteção literal da Carta Magna é uma erupção recente. Não havia nada disso quando votaram, por quatro vezes, a favor da permissão da prisão dos condenados em segunda instância.

A Constituição era diferente naquela época?

O fato é que o personagem mais odiado pela opinião pública se transformou em dono do Supremo. Arrasta consigo a consciência de vários de seus colegas que terminam por concordar com suas teses, por mais esdrúxulas que sejam. Como ele faz o que bem entende, virou dono do Brasil, E brevemente o será de Portugal, onde reside e tem grandes interesses empresariais.

Se o voto que estão dando for mesmo em defesa da Constituição, o professor Modesto Carvalhosa está coberto de razão: só uma nova Carta Magna salvará o Brasil.

É uma pena que este episódio lamentável esteja acontecendo justamente agora, quando o país dá seus primeiros passos no rumo do equilíbrio fiscal e da modernidade. A reforma da previdência é um marco aplaudido por todos, aqui e no exterior. Depois dela virão a reforma tributária e a administrativa, entre outras, além da colocação em prática do ambicioso e necessário programa de privatizações. É o Brasil reconquistando sua credibilidade. Credibilidade que o Supremo Tribunal Federal está apunhalando pelas costas.

 

 

 

Por Flávio Antônio Corrêa, o Faveco, é jornalista, publicitário e empresário e um dos mais prestigiosos profissionais da publicidade brasileira e um dos mais respeitados internacionalmente.

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