30/03/2020 00:45
Ação humanizada do prefeito Emanuel Pinheiro em contrariar a população sobre o retorno à normalidade das atividades comerciais na capital, poderá levá-lo a inviabilidade eleitoral
O prefeito da capital mato-grossense, Emanuel Pinheiro (MDB), considerou de suma importância a manutenção do isolamento social da população.
Respaldado e seguindo na risca as orientações das principais autoridades de Saúde do país, observando atentamente os exemplos negativos e positivos à níveis globais, o prefeito seguiu com o decreto de quarentena sob isolamento máximo da população e uma campanha maciça de acompanhamento de proteção aos grupos de riscos.
A população no entanto, em especial a classe dos comerciantes formais e informais, compreendem uma leitura sensata, onde uma outra realidade foi exposta por autoridades do Governo Federal, a qual a mesma classe já estava atenta, pressionando assim, o chefe do executivo municipal para a revogação do decreto e liberando as atividades cotidianas.
Pinheiro não deu ouvidos e manteve o decreto, batendo de frente com a postura do Governo do Estado, onde esse, mesmo de forma ”atrapalhada”, segue a linha do Governo Federal.
Ocorre que, os comerciantes especialmente os informais, em meio ao isolamento social, chegaram nos seus limites de sobrevivência, ou seja, sem renda ou sem nada para comer.
Apesar do decreto de Calamidade Pública, suspendendo cortes de água e energia, o executivo municipal não tem como colocar comida na mesa dos trabalhadores informais, que dependem total e absolutamente dos movimentos urbanos, da circulação diária nas ruas, da base econômica, que é o comércio em geral.
Começa então uma ”queda de braço”: de um lado, Emanuel Pinheiro, salientando as prioridades para evitar um colapso na Saúde da capital, acarretando em óbitos incalculáveis; do outro lado, comerciantes, formais e informais, considerando a possibilidade de um caos econômico, quebradeira generalizada, altíssimos índices de desemprego e consequentemente o aumento de índices de violência, na já violenta capital. Afora os simpatizantes do entendimento da classe e dos que já alimentavam uma rejeição do passado político do atual prefeito.
Desta forma, concluímos que, mesmo Emanuel Pinheiro vindo a estar com a razão, agindo humanamente, priorizando salvar vidas, do que empregos (!?), promovendo ações voltadas ao protecionismo da população, especialmente os grupos de riscos, será difícil reverter o descontentamento o qual foi exposto. Será difícil convencer a população de que suas intenções eram, mediante as estatísticas mundiais do Covid19, a melhor para a nossa cidade.
Caso Pinheiro tenha pretensões de uma possível reeleição, estaria desde já, o desafio lançado para a sua equipe de comunicação e os estrategistas de marketing político, vulgo ”marqueteiro”.
Por Kadu Rachid, Diretor do site Correio da Semana, publicitário, crítico, analítico & opinativo.