26/10/2021 16:25
Habilidade em travestir pautas
Usam do bem e do mau em favor do foco
Oportunismo com temas clássicos e atuais são chaves
Conservadores precisam de maior avidez para embates
SERIA CÔMICO, DÍGNO DE APLAUSOS, SE NÃO FOSSE TRÁGICO
Mesmo que o país tenha um presidente que, é sabido por todos, com sua forma peculiar de ligar os pontos diferente da esmagadora maioria da população, ainda assim, ninguém deveria corroborar com a fala dos que se movimentam lentamente em uma coreografia da vitimização, com hábito constante e sorrateiro em agir com intuito de ser combustível do lema ”quanto pior, melhor” ou, como no exemplo da fala do excelentíssimo ministro Barroso, onde distorcendo e/ou travestindo um cenário com trocadilhos capazes de dar bifurcações no entendimento, no compreender e decisões da caminhada dos menos favorecidos de informações ou mesmo, capacidade dissociativa do contexto empregado. Ora, vejamos:
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, voltou a defender a regulamentação das redes sociais como forma de combater as “desinformações que comprometem a democracia”. Se não soubéssemos a intenção desse sujeito em cargo de ministro de duas poderosas Cortes do Brasil, poderíamos chegar até mesmo em concordar com sua, a princípio, tese. Mas, sejamos breves: como é ser democrático causando privações, proibições, regras convenientes a um grupo integrante de uma cúpula? A palavra ‘democracia’ e seu significado sofrem acentuadamente amputações na sua mais absoluta essência.
Segundo ele, é preciso enfrentar a desinformação, sobretudo quando ela ofereça grave risco para à democracia ou para a saúde, citando a live em que o presidente Jair Bolsonaro relacionou a vacina contra Covid-19 à Aids. Atenção! atente-se à perspicácia do então ministro que pinçou uma fala do presidente citando a vacina e a famigerada ainds/HIV. Foi dado os ‘ingredientes’ para o ministro, na trilha sonora de um tenor italiano, inspirar-se e elaborar seu discurso.
Assessoria silenciosa, sem deixar rastros, agiu para que o vídeo fosse retirado do ar das plataformas. Porém, sem discrição, Barroso se manifesta, em curto espaço de tempo após saída do vídeo do ar, em defesa de algum tipo de controle de comportamentos e conteúdos ilícitos(?!) nas redes sociais. As declarações foram feitas durante a abertura do seminário internacional sobre desinformações e eleições, realizado pelo próprio Tribunal Superior Eleitoral – TSE.
Nesse mesmo escopo de lâmina, mas no fio de outra navalha, segue o corte da desmoralizada e marcada pelos espetáculos circenses, Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19.
Os senadores ouviam quem fosse colaborar na construção do relatório, calavam ou deixavam falando sozinho quem nada acrescentaria ou até desconstruiria o enredo ilícito, e tentaram a todo custo, enxertar narrativas ‘goela baixo’ dos depoentes na esperança de colher algum fruto.
Mas nesse caso da CPI, os charlatões do G7 foram com muita sede ao pote. Não tiveram muita paciência para o teatro iniciado por eles. Sendo assim, se lambuzaram por inteiro, passando um vexame em rede nacional, que possivelmente poderá custar seus mandatos.
Afinal, como já demonstrada a preocupação do nobre Barroso com a internet & redes sociais, nos dias de hoje, os mais impensáveis eleitores estão de alguma forma, acompanhando as pegadas de limbo dos figurões que legislam e querem voltar a (des)governar o país.