Opinião – Saí da Veja na hora certa

”Quando eu criei o Prêmio Bem Eficiente premiando as 50 melhores entidades beneficentes do ano, a matéria na própria Veja noticiou que eu só tinha achado 50 das 400 pesquisadas eficientes”, escreve Stephen Kanitz

27/01/2022 07:09

”Eu não dou entrevistas há mais de 20 anos, justamente por essas razões”

Em tempo: A revista recentemente criticou o grupo Jovem Pan sobre um ”derretimento” na sua audiência, quando que imediatamente através da sua emissora no quadro Boletim Coppolla na (JPNews) e tambem na Gazeta do Povo, Coppolla deixou público e notório quem de fato teve sua ”audiência derretida”.

Conversando com Roberto Civita, dono da Veja, perguntei por que ele não fazia, nas segundas-feiras, uma pesquisa entre os entrevistados da semana.

Com perguntas tipo:

“Nosso jornalista chegou no horário?

“Você sentiu que ele estava preparado?

“Fez as perguntas certas?

“As suas melhores respostas foram publicadas?”

“O que foi colocado em aspas eram palavras suas?”

“Ele soube esconder bem sua ideologia?”

E uma última pergunta:

“Você daria uma entrevista novamente a esse jornalista?”

Quando eu criei o Prêmio Bem Eficiente premiando as 50 melhores entidades beneficentes do ano, a matéria na própria Veja noticiou que eu só tinha achado 50 das 400 pesquisadas eficientes.

O Prêmio quase acabou aí, tal a revolta das demais entidades que mandaram seus questionários.

Vocês que já foram entrevistados, alguém do departamento de qualidade já lhe telefonou fazendo essas perguntas?

Daí a decadência, esqueceram que o cliente é o leitor não o anunciante.

Eu não dou entrevistas há mais de 20 anos, justamente por essas razões.

E não leio revistas, também pelas mesmas razões.

 

 

 

 

Por Stephen Kanitz, é um consultor de empresas e conferencista brasileiro, mestre em Administração de Empresas da Harvard Business School e bacharel em Contabilidade pela Universidade de São Paulo.