Opinião – Desmistificando Paulo Freire

Os estudos de casos não eram mais discussões sobre a vida, mas sobre a opressão que os oprimidos faziam. A frase infeliz de Freire foi “3.7 – Ensinar exige reconhecer que a educação é ideológica”, escreve Stephen Kanitz

27/04/2022 06:22

”Foi o brado de guerra para destruírem a educação”

Se vocês idolatram Paulo Freire ou se acham que Paulo Freire é o grande culpado pela educação brasileira, vou decepcioná-los.

Ambos estão errados.

Primeiro aos que o idolatram.

Paulo Freire não se formou em Pedagogia, mas sim em Direito.

Se diz um autodidata, mas nos seus 17 livros, não cita Montessori, Summerhill, Liberdade para Aprender de Carl Rogers, De Bono etc.

Cita somente Piaget em “Pedagogia da Esperança”.

O mais citado nos seus livros é ele mesmo, que para mim diz muita coisa.

Seu grande feito foi um curso de alfabetização de adultos, que é um sub-subsetor da educação como um todo.

Em 1950, devido ao nosso péssimo ensino público, 44% dos nossos adultos ainda eram analfabetos enquanto em outros países desenvolvidos era menos que 5%. Vergonha!

Paulo Freire percebeu que nossos livros de alfabetização se baseavam em palavras como tio, vovó, casa, escolas familiares às crianças.

Assim ele idealizou cartilhas para adultos, pedreiros como exemplo, onde se usavam palavras como tijolo, cimento e viga, honestamente nada revolucionário.

Com isso conseguiram alfabetizar adultos em 45 dias.

Mas não pesquisou quanto tempo pedreiros aprenderiam com as cartilhas antigas, ou seja, poderia levar 46 dias, nada que justificasse mudança.

Aliás, nada nos livros de Paulo Freire é científico.

Nos seus livros aparecem somente textos rebuscados, confusos, sem início meio e fim, e nenhuma tabela ou gráfico, muito menos experiências com grupos controle.

Vejam essa frase. “Há uma pedagogicidade indiscutível na materialidade do espaço.”

Ou essa platitude “ensinar exige bom senso”.

Mas não acreditem em mim, deem uma olhada nos seus 17 livros disponíveis em pdf.

https://appsindicato.org.br/paulo-freire-17-livros-para…/

Ou seja, idolatrar Freire como alguém que revolucionou a educação é demonstrar ignorância ou falta de discernimento.

Agora para os que o odeiam.

O método Paulo Freire de Alfabetização de adultos não é mais usado porque a maioria dos adultos no Brasil já foram alfabetizados.

Mas mesmo no seu auge foi pouco requisitado, não há no YouTube nenhum filme antigo dele dando aula.

Muito menos cópias de suas cartilhas e manuais do professor, somente uma página que apresento acima.

Ou seja, quem destruiu nossa educação não foi Paulo Freire. Foram os suspeitos de sempre.

A grande surpresa em Paulo Freire é que no fundo ele era um liberal, pelo menos até certo momento.

Em “Pedagogia do Oprimido”, o oprimido não é o pobre, o negro, a mulher, e sim o aluno.

O opressor é o Professor, que “deposita” no cérebro do aluno o que ele quer.

A sala de aula do Freire é em círculo, como em Harvard, o professor não ensina, é somente um coach.

Os alunos resolvem problemas, como os casos em Harvard.

Em Pedagogia da Autonomia, ele simplesmente copia Summerhill, Liberdade para Aprender de Carl Rogers e Maria Montessori.

Ou seja, ele é contra o sistema educacional atual do “magister dixit”.

Como Karl Marx, Freire foi usado.

“Pedagogia do Oprimido” passou a significar o pobre, o negro, a mulher, o homossexual, mas não o professor.

Os estudos de casos não eram mais discussões sobre a vida, mas sobre a opressão que os oprimidos faziam.

A frase infeliz de Freire foi “3.7 – Ensinar exige reconhecer que a educação é ideológica”.

Foi o brado de guerra para destruírem a educação.

Como foi “De cada um segundo sua capacidade (de produzir), para cada um segundo a sua necessidade (de consumir).”, na economia.

 

 

 

 

Por Stephen Kanitz, é um consultor de empresas e conferencista brasileiro, mestre em Administração de Empresas da Harvard Business School e bacharel em Contabilidade pela Universidade de São Paulo