Opinião – Negacionismo eleitoral

Confiamos que se as nossas sugestões forem incorporadas ao processo eleitoral, o risco de incidentes chegará a zero – e o companheiro Lula poderá conquistar até 120% dos votos sem nenhum chato negacionista pedindo recontagem, escreve Guilherme Fiuza

06/06/2022 06:01

Eleições 2022
Urnas Eletrônicas
Tribunal Superior Eleitoral
Confiança do eleitor brasileiro

Foto: Antonio Augusto/Ascom/TSE

O TSE está preocupado com a legitimidade das eleições no Brasil. Por isso tem realizado uma série de ações preventivas, para as quais acrescentamos aqui algumas sugestões, a título de aprimoramento:

O TSE está buscando observadores internacionais para a eleição brasileira. Sugerimos que os observadores venham do Butão e de Bangladesh, os únicos países do mundo que têm um sistema tão moderno quanto o nosso;

O TSE está procurando igrejas para se associar a ele na cruzada contra as fake news. Como essas escrituras estão um pouco confusas e os critérios do TSE para punir pecadores andam um tanto imprecisos (como se constata no episódio relatado acima), vamos contribuir com a cruzada pela segurança e a lisura do pleito oferecendo uma definição precisa do pecado de fake news: será considerado pecador por disseminação de fake news qualquer mortal que expressar alguma forma de preconceito, ainda que velado, sobre o sistema eleitoral do Butão. Se alguém reclamar porque teclou o número do Bolsonaro e apareceu na tela a cara do Lula, o TSE prende e arrebenta por atentado à liberdade de expressão da urna;

O TSE organizou uma solenidade na qual foram condecoradas personalidades simpatizantes do PT. Para reforçar ainda mais a imagem de idoneidade do juiz da eleição, assinalamos respeitosamente que faltaram algumas condecorações essenciais para a consagração da ordem do mérito criminal: Delúbio, Vaccari, Valério, Bumlai, Duque, Cerveró, Barusco e grande elenco garantidor da lisura democrática;

Ao criar uma Comissão de Transparência para as eleições e depois declarar que as propostas advindas dessa Comissão não valem nada, o TSE emitiu um sinal confuso sobre a sua conduta no processo eleitoral. Sugerimos então uma emenda esclarecedora para o ato que criou a referida Comissão: “É considerada transparência toda e qualquer ação do TSE para mandar calarem a boca os técnicos que se meterem a dar pitaco na segurança do sistema, que não será alterado nem aqui, nem no Butão. É bem verdade que foi o TSE quem pediu a colaboração das instituições integrantes da Comissão de Transparência, mas ele fez isso porque não tava num dia legal e ninguém tem nada com isso”.

Confiamos que se as nossas sugestões forem incorporadas ao processo eleitoral, o risco de incidentes chegará a zero – e o companheiro Lula poderá conquistar até 120% dos votos sem nenhum chato negacionista pedindo recontagem.

 

 

 

 

Por Guilherme Fiuza, jornalista e escritor com mais de 200 mil livros vendidos – entre eles: “Meu nome não é Johnny”, “3.000 dias no bunker” (ambos adaptados para o cinema), “O Império do Oprimido” e “Manual do Covarde”, Guilherme Fiuza trabalha para veículos como Jovem Pan, Gazeta do Povo e Revista Oeste. Seus canais no YouTube, Twitter e Instagram somam mais de 1 milhão de seguidores. Seu sonho é parar de falar de política – assim que a política permitir.