Opinião – Seguimos no descalabro fiscal ou redistribuição de renda com superávit?

Os políticos seguem com sua sanha por reeleição: governo com auxílio; STF tentando sabota-lo a todo custo com suspensão do IPI; governadores brigando pelo ICMS e a população no meio dessa briga tendo seu couro arrancado pela inflação galopante. Escreve João Alexandre C. de Alencar

29/08/2022 08:14

“Nada é tão permanente quanto um programa temporário de governo” – Milton Friedman

Foto: Sérgio Lima

Entre os destaques desta semana que passou, está a derrubada de alguns vetos presidenciais ao
PLP18 sobre compensação aos estados pela redução do ICMS a alíquota mínima (17%-18%),
após acordo com líderes do governo seis dos 15 dispositivos vetados pelo presidente foram
derrubados.

Entre os itens derrubados por senadores e deputados, está o que suprimia a compensação
financeira por meio do desconto de parcelas de dívidas refinanciadas pela união.

Nos trabalhos na câmara tivemos também aprovação da “PEC Kamikaze” ou “PEC das
bondades” que muda a constituição e cria um estado de emergência possibilitando o governo de
aumentar os gastos R$41 bilhões (expandir política fiscal), que irão vir dos dividendos das
Petrobras (R$35 bi) e do BNDES (R$15 bi). A PEC aumenta o auxílio Brasil para R$600 até o
fim do ano. Oposição votou junto do governo a contragosto pois ficaria feio para os partidos de
esquerda votarem contra ampliação do auxílio Brasil (bolsa família reformulado). Ainda na sexta
feira o governo federal reduziu imposto de importação de 13 itens, a medida inclui
medicamentos, equipamentos médicos e alguns itens industriais.

O texto também prevê aumento do auxílio gás e um possível auxílio caminhoneiro que ainda não
foi confirmado pelo governo apenas pela imprensa. Ainda na câmara ocorreu aprovação da LDO
2023 que reserva R$19 bilhões para emendas do “orçamento secreto” (o secreto que todo mundo
conhece).

Apesar das novas despesas, os dados econômicos recentes trazem um certo alívio nas contas
públicas como excesso de arrecadação e a queda da dívida/PIB 78,3% quando a previsão era de
100% para o ano passado, a Fitch e a Moody’s reafirmaram perspectiva de melhora de Rating do
Brasil, se continuarmos no caminho de reformas e austeridade fiscal em breve poderemos ter
superávit e melhora do grau de investimento. Este resultado fruto das reformas passadas como
previdência, trabalhista e as micro reformas como marco do saneamento e marco das garantias.
No meio político ocorreu essa semana um belo encontro entre o presidente do senado Rodrigo
Pacheco com os líderes de esquerda incluindo o santo Lula, ainda estamos aguardando alguma
manifestação por parte da imprensa sobre a delação do Marcos Valério ligando o PT ao PCC.
Para semana que vem (segunda-feira) teremos reunião do presidente com embaixadores para
mostrar supostas provas da fraude eleitoral nas eleições de 2014-2018.

Enquanto isso do outro lado do mundo, temos a china em lockdown com um mar de notícias.

ruins como inadimplência de alugueis e devolução de casas vendidas, com destaque para
economia de Shanghai (maior cidade chinesa) encolhendo 13% na comparação anual e com
desemprego em 12,5%, vamos ver até aonde aguenta o “dragão chinês nesse abre e fecha do Xi
Jinping.

O lockdown recorrente aliado ao medo de recessão nos EUA fizeram o preço do petróleo e do
minério de ferro e das commodities agrícolas despencarem, o que poderá nos dar um alívio na
inflação daqui para frente.

Com a queda das commodities ocorre a saída de dólares do país aliado a taxa de juros americana
o dólar tende a se fortalecer neste período até final do ano, com o pagamento de dividendos para
investidores estrangeiros por parte da Petrobras e da Vale a moeda tende a ser pressionada, bem
como abatimento da dívida da Petro em dólares.

O dólar segue forte mundo afora apreciando-se mais que o Euro e que as demais divisas globais.
Com a nova leva de dados econômicos fortes sobre arrecadação e o fiscal que estão saindo a
Fitch e a Moody’s reafirmaram perspectiva de melhora de Rating do Brasil, se continuarmos no
caminho de reformas e austeridade fiscal. No meio internacional ocorreu a viagem do Biden ao
oriente médio para pedir de joelhos aos Sauditas (ditadores) que aumentem a produção de
petróleo, e eles concordaram em aumentar a produção de 4mm dia para 13mm de barris dia, o
que talvez possa ser inócuo no curto prazo pois a situação crítica é na baixa capacidade instalada
de refino de óleo. Também foi notícia EUA e Rússia retomando voos e missões para a ISS
(estação espacial internacional) “com a Rússia supostamente embargada”.

Essa guerra fez fortalecer a moeda Russa bem como fez os EUA reverem o embargo ao petróleo
Venezuelano, irônico!

 

 

 

Por João Alexandre C. de Alencar, 31 anos, assessor de investimentos, engenheiro florestal. O objetivo desse que vos fala é levar a informação de forma mais imparcial possível sobre os fatos mais relevantes da semana. Conhecimento é poder.