Editorial – A sede ao poder que cega o bom senso

A famosa obra do artista norueguês, O Grito, expressa bem o movimento absolutamente equivocado de uma oposição cega, como também, uma população perplexa que está sendo obrigada a vivenciar essa angústia.

24/09/2022 10:54

Atual gestão estadual desencorajou oponentes; nomes páreos optaram por união; população repudiou atitude do prefeito; Márcia Pinheiro não merece vexame eleitoral

A obra O Grito do artista norueguês, Edvard Munch (Løten,1863 – Skøyen,1944), pintada em 1893. Foto: reprodução.

Ano eleitoral e o país entrando para um marco, um possível e temido divisor de águas. Uns dizem ser entre o ”bem e o mau”. Outros são mais cautelosos. Outros menos pessimistas ou otimistas. O certo é que, quem viver verá.

No entanto, longe, bem longe das incertezas que assombram o cenário nacional, estão as configurações estaduais das candidaturas majoritárias ao governo do estado de Mato Grosso.

Muito triste o que a sede pelo poder ou a busca por algum ‘protagonismo político’, como foi colocado por um analista político dias desses, leva algumas figuras a desempenhar papéis desnecessários para não dizer ‘suicida’ como o experiente analista atribuiu.

Mas, o papel a ser desempenhado pelo chefe do executivo municipal, ao colocar a então 1ª Dama como candidata ao Palácio Paiaguás, não foi bem recebido pela população cuiabana. Não foi nada ”honroso” disse um antigo morador da praça da Boa Morte, região central de Cuiabá.

Além de sua esposa, Márcia Pinheiro é uma mulher de serviços prestados, reconhecida na sua ala de atuação, respeitada pelas ações no campo social, querida na capital. Delegar à ela tal função, foi de uma indelicadeza imensurável! Não à imagem do prefeito (essa por sinal com desgastes ainda à superar), mas sim da mulher, esposa, mãe e por último, 1ª Dama, para um pleito absolutamente desproporcional. Um cenário hostil para qualquer um que se arriscasse como oponente.

Alguns dizem, sem titubear, que o movimento foi ”covarde” diante dos últimos incidentes envolvendo o nome do prefeito e os fardos políticos e administrativos que ainda pesam sobre o mesmo.

Vejamos, ninguém com alguma musculatura política ou mesmo folclórica, como o eterno candidato do PSol, procurador Mauro César Lara, se atreveu à disputar o cargo. Os postulantes que aí estão, são meros figurantes. Categoria essa que a 1ª Dama Márcia Pinheiro, pelas qualidades acima já citadas, definitivamente não merecia estar.

Desde antes das convenções, já ventilavam nos corredores e bastidores que o atual governador Mauro Mendes seguiria o caminho de uma reeleição sem o menor obstáculo de uma oposição ou oponente. Afinal, Mendes vinha sendo bem avaliado em praticamente todos os segmentos, exceto por uma parcela (inexpressiva e corporativista, diga-se de passagem) de servidores públicos estaduais.

Diante de um quadro tão favorável à situação, até mesmo os possíveis nomes páreos, viram como melhor opção somar forças políticas ao invés de se opor.

Mas, uma voz do além (sim, só pode ser do além) sussurrou nos ouvidos do algoz, principal desafeto do então favorito candidato da situação, para cometer um erro muito maior do que se fosse o próprio adversário de Mendes: expor Márcia Pinheiro ao vexame abominável.

A certeza é uma só no cenário político cuiabano e mato-grossense: a vitória plácida de Mauro Mendes e as milhares de desculpas da população à Márcia Pinheiro pela falta de tato do seu esposo e prefeito Emanuel Pinheiro.

 

 

 

 

Da Redação