Cada um desses que emprestou o que restava de sua reputação para endossar a volta do ladrão à cena do crime serão lembrados pelo que são: cúmplices de uma quadrilha. Escreve Rodrigo Constantino
12/10/2022 11:02
”Pedir voto em Lula e fazer o L é simplesmente um constrangimento do Casseta!”
Marcelo Madureira, humorista do Casseta & Planeta, lulou. Foi mais um a fazer o L de ladrão para apoiar o ex-presidiário petista. Madureira sempre foi politizado, formou-se em economia e chegou a trabalhar no BNDES, se não estou enganado. Ele era meio tucano, e como sabemos, todo tucano, com raras exceções, sempre desce do muro do lado esquerdo para cair direto no colo do PT.
O antibolsonarismo histérico desses tucanos tem sido fatal para suas reputações. Por ódio ao atual presidente, nojo de seu estilo, receio de uma ala mais radical do bolsonarismo ou qualquer outro motivo secundário, esses tucanos têm puxado o alçapão para descobrir que o fundo do poço é ainda mais baixo. Madureira era um “lavajatista”, e chegou a ser expulso do caminhão de som ao criticar Bolsonaro em manifestação pró-Lava Jato:
Trata-se, possivelmente, de um caso de ressentimento, de rancor, de raiva. Em outra ocasião, Madureira relata o caso da expulsão do caminhão de som como motivo de sua demissão da Band:
“Eu acho que o PT destruiu o Brasil”, disse Madureira. Não obstante, o humorista prefere apoiar de forma direta e escancarada Lula, que foi preso pela Lava Jato, operação cujos principais ícones, Deltan e Moro, apoiam a reeleição do presidente. Qual a coerência disso? Como um defensor do combate à corrupção aceita posar para uma foto ao lado de Lula, fazendo o L de seu nome?!
Reprodução.
É muita decadência moral! Como recordar é viver, resgato um bate-papo para o Instituto Liberal em que eu, o tucano do Casseta, Paulo Figueiredo e Alexandre Borges trocamos ideias. O fio condutor é o antipetismo, claro. E na época em que o PT era poder, muitos tucanos passaram por direitistas sensatos só pelo antipetismo. Hoje, o tucano lulou, enquanto Borges chama Lula na CNN de “moderado”. Quem mudou?! Por que mudaram?!
Essa turminha toda vai ter que apagar tudo aquilo que disse e escreveu no passado! Como o caso de Reinaldo Azevedo, o mais bizarro de todos. A adesão ao País dos Petralhas tem sido um fenômeno patético de observar, e diz mais sobre esses “convertidos” do que sobre Lula, que nada mudou e continua sendo um corrupto bajulador de tiranos assassinos.
Para não terminar o texto num tom depressivo, vamos usar a tal exceção que comprova a regra para lembrar que nem todos os tucanos descem do muro sempre no colo de um petista. É o caso do deputado Carlos Sampaio, que mantém sua coerência e seus princípios: “O discurso de ‘Nem Lula, Nem Bolsonaro’ só beneficia a quadrilha petista. É fundamental que, no dia 30 de outubro, você vote para impedir o retorno das práticas corruptas e retrógradas do PT. LULA NUNCA MAIS!”
E como o Partido Novo é uma espécie de PSDB alaranjado, especialmente sob a influência de seu principal fundador João Amoedo, vale destacar as honrosas exceções ali também, como o deputado Marcel van Hattem, que tem criticado a postura lulista de Amoedo, ou Paulo Ganime e Vinicius Poit, que declararam apoio a Bolsonaro, ou ainda Romeu Zema, o governador mineiro reeleito em primeiro turno e que representa o mais importante apoio para a virada de votos neste segundo turno, e que vem subindo o tom contra a quadrilha lulista: “No governo PT em Minas teve posto de saúde fechado, merenda sopa de arroz, hospitais abandonados, estradas sem qualquer manutenção e servidores com salários atrasados. O mineiro não é gado. É povo sábio e honrado, que do PT já tá vacinado”.
É alvissareiro ver que nem todos estão anestesiados. Se esse pessoal como Madureira e companhia acha que serão perdoados pois figuras como Meirelles, Arminio e Elena Landau também resolveram apoiar o ladrão, estão muito enganados. Cada um desses que emprestou o que restava de sua reputação para endossar a volta do ladrão à cena do crime serão lembrados pelo que são: cúmplices de uma quadrilha que quer voltar a pilhar nosso país, mirando no exemplo nefasto da Argentina. Pedir voto em Lula e fazer o L é simplesmente um constrangimento do Casseta!
Por Rodrigo Constantino, economista pela PUC com MBA de Finanças pelo IBMEC, trabalhou por vários anos no mercado financeiro. É autor de vários livros, entre eles o best-seller “Esquerda Caviar” e a coletânea “Contra a maré vermelha”. Contribuiu para veículos como Veja.com, jornal O Globo e Gazeta do Povo. Preside o Conselho Deliberativo do Instituto Liberal.