A ausência de Bolsonaro ao debate da Globo esvaziará a audiência e não dará chance a quaisquer edições de falas e imagens, quase sempre descontextualizadas, para beneficiar o candidato dos coleguinhas, escreve André Braga
20/10/2022 06:25
”Bolsonaro não precisa mais participar de debates”
Imagem ilustrativa/reprodução.
Nenhum! Nem mesmo o debate da Rede Globo, que mais se presta aos interesses da emissora do Grupo do que propriamente aos anseios dos cidadãos eleitores.
Para o Grupo Globo, a eleição já estaria definida em prol do candidato do Partido dos Trabalhadores. Os interesses do conglomerado já está mais do que explícito, basta que qualquer do povo se preste a ouvir e/ou assistir os documentários, programas, comentários, filmes, novelas, entrevistas, rádio, enfim, quaisquer das veiculações da Globo, que ali se tem uma mensagem subliminar em detrimento do candidato Bolsonaro.
Por outra via, o que se viu no debate da Band, num formato mais direto, em que os adversários apresentam suas propostas, ou melhor, suas estratégias – mesmo porque não se discutem ideias, metas – foi o despreparo de ambos, pois desnudam-se completamente o que revelou o comprometimento de suas performances, notadamente quando saem do script ensaiado para atingir o adversário.
Assim foi o que se viu naquele debate com os candidatos em dados momentos. Para um deles, a corrupção é tema sensível e capaz de abalar o mais preparado dos corruptos, seja quem for, porque ainda se lida com o sentimento humano; igualmente, quando se trata de mortes decorrentes da pandemia, assunto que fere a alma dos também mais brutos, por mais insensíveis que sejam.
Na análise pontual, o que se revelou de mais explícito foram acusações recíprocas de toda ordem de sordidez. Tratam-se por mentirosos contumazes, incompetentes, corruptos, desalmados, ladrões e, também, com a vênia devida, pedófilos, mandantes de crimes, assassinos de reputações, adjetivos para lá de escabrosos para quem pretende assumir o cargo mais importante da nação. Investidos em tais qualidades, nenhuma empresa séria, aliás, nem precisaria ser tão séria, contrataria qualquer um dos dois candidatos, porque não se viu nenhuma expectativa de que algo vá efetivamente mudar e, de cândidos, límpidos, não têm nada.
Nesse diapasão, resta aos impolutos comentaristas, sobretudo os do Grupo Globo, puxarem a brasa para a sardinha que douram, com o mesmo espírito que almejam locupletar-se da hipótese de favorecimentos e outros interesses nem tão republicanos como deveriam ser.
Quem acompanha qualquer transmissão daquele Grupo, fácil perceber de que lado eles se encontram, é mais do que explícito, é indecoroso, e fervorosamente seguem as diretrizes da cúpula daquela empresa; claro, uns se deixam envolver por completo e chegam ao ridículo para consolidar sua doutrinação, independentemente da credibilidade de seus passados, se é que ali não chegaram sem qualquer escrúpulo quanto aos meios.
Certamente, com um pouco de serenidade, qual a razão do candidato Bolsonaro lançar-se no picadeiro aos leões? Não se lhe sobrará nenhuma vantagem. O mais sensato seria conclamar os seus eleitores a refletirem, na véspera das eleições, se desejam ser representados por um ex-presidiário que propala números pretéritos, de cor, com dados de mais de vinte anos, sem qualquer sinal de evolução e que transpira vingança com o apoio desenfreado de uma quadrilha que anseia pela rebarba do poder com os mesmos personagens que protagonizaram o maior escândalo de corrupção do mundo e ainda com a chancela dos demais poderes da República que deram uma banana para a democracia.
Isso sem contar que a ausência de Bolsonaro ao debate da Globo esvaziará a audiência e não dará chance a quaisquer edições de falas e imagens, quase sempre descontextualizadas, para beneficiar o candidato dos coleguinhas e dos chefões do Grupo Globo.
Por André Braga é advogado.