Opinião – Por que o valor mais importante do conservadorismo é a liberdade

Na próxima vez que um amigo ou parente liberal ou esquerdista lhe perguntar o que os conservadores defendem, diga “liberdade”, especialmente a de expressão. Escreve Dennis Pager

24/10/2022 09:45

”explique que é por isso que você teme e se opõe ao governo grande: porque o governo grande e a liberdade individual não podem coexistir”

Estátua da Liberdade: “Enquanto muitos países incluíam a palavra ‘liberdade’ em seus lemas e hinos nacionais, nenhum país enfatizou tanto a liberdade como os EUA”. Foto: Pixabay

Há uma série de razões para muitos jovens fugirem do conservadorismo.

A mais óbvia é eles terem sido expostos somente a valores esquerdistas — do ensino básico até o médio, nos filmes, na televisão, nas redes sociais, e agora até na Disneilândia.

Menos óbvia, mas igualmente significativa, é eles nunca terem sido expostos de maneira adequada aos valores conservadores. Desde no mínimo a II Guerra Mundial, a maioria dos pais que tinham valores conservadores ou não achava que tinham que ensiná-los aos filhos, ou simplesmente não sabia como fazer.

A maioria ainda não sabe. Se perguntados pelos valores conservadores, a maioria dos conservadores var ter um branco.

À luz disso, apresento aqui, e em colunas subsequentes, uma lista de características definidoras do conservadorismo.

Começaremos com o valor conservador mais importante, a liberdade.

Os conservadores acreditam na liberdade individual. (Não há outra liberdade senão a individual.) Este foi o valor primário do experimento americano. Enquanto muitos países incluíam a palavra “liberdade” em seus lemas e hinos nacionais, nenhum país enfatizou tanto a liberdade como os EUA.

Por isto que:

Os projetistas franceses da Estátua da Liberdade deram a estátua aos EUA.
O símbolo icônico dos EUA é o Sino da Liberdade.
A única inscrição no Sino da Liberdade é um verso sobre a liberdade do Levítico: “E hás de proclamar a liberdade pela terra para todos os seus habitantes.”
Os norte-americanos louvam o seu país como a “terra dos homens livres” e a “doce terra da liberdade”.
Até há pouco, todas as crianças das escolas dos EUA sabiam de cor o brado de Patrick Henry, “Dai-me a liberdade ou a morte!”
Os jovens chineses que se opuseram à tomada comunista de Hong Kong traziam a bandeira dos EUA.
E é por isso que os fundadores dos Estados Unidos da América eram inflexíveis quanto ao Estado — o governo nacional — ser tão pequeno e limitado quanto possível. Quanto maior o governo, menor a liberdade. Governo grande e liberdade grande são mutuamente excludentes.

Ademais, a liberdade não é a única vítima do governo grande. A vida humana também é uma vítima. Todo genocídio do século XX, o século dos genocídios, foi cometido pelo governo grande. Sem o governo grande, 100 milhões de pessoas não seriam nem poderiam ter sido assassinadas, e um bilhão não seriam nem poderiam ter sido escravizadas. (Houve uma exceção: o genocídio hutu dos tútsis em Ruanda, que foi de natureza tribal. A cultura tribal, tal como a esquerdista, enfatiza o grupo em detrimento do indivíduo.)

Para limitar o tamanho e o poder do governo nacional, os Fundadores delegaram a maioria dos poderes governamentais aos estados. Fizeram isto na Constituição ao especificarem os poderes do governo nacional e afirmarem que todos os demais eram delegados aos estados.

Em acréscimo, aumentaram o poder dos estados ao fazer com que as eleições presidenciais fossem decididas pelos estados — o Colégio Eleitoral — em vez do voto popular, e pela maneira como estruturaram o Senado, um dos dois ramos do Congresso. Deram a cada estado representação igual no Senado, não importando o quão diminuta fosse a sua população.

A oposição da esquerda ao Colégio Eleitoral e ao Senado faz perfeito sentido. É o poder inerente ao governo grande, não a liberdade, que anima a esquerda. A característica definidora de todo partido e movimento esquerdista no mundo sempre foi um governo maior e, portanto mais poderoso.

A liberdade é ao mesmo tempo um valor liberal e um valor conservador, mas nunca foi um valor esquerdista. A liberdade não pode ser um valor esquerdista porque quanto mais liberdade os indivíduos têm, menos poder o governo tem. Por outro lado, quanto mais fraco o Estado, mais fraca a esquerda.

Isto é especialmente verdadeiro para a maior de todas as liberdades, a saber: a de expressão.

A liberdade de expressão é um valor conservador fundamental, e tem sido um valor liberal fundamental. Mas nunca foi um valor esquerdista. Por isso, aonde quer que a esquerda domine — governo, mídia, universidades —, acaba com o dissenso.

A razão é simples: Nenhum movimento esquerdista pode sobreviver a uma livre troca de ideias. As ideologias esquerdistas são baseadas em poder e emoção, não em razão e moralidade. Assim, os esquerdistas não podem admitir o debate honesto. Não discutem com opositores; suprimem-nos.

Pela primeira vez na história dos EUA, a liberdade de expressão está seriamente ameaçada. De fato, ela já foi seriamente reduzida. Com a ascensão da esquerda, a inevitável supressão da liberdade de expressão está tomando lugar.

Que os liberais — que sempre valorizaram a liberdade, incluída a de expressão — votem na sua grande supressora, a esquerda, é a tragédia do nosso tempo. A razão disso é terem se esquecido do que é que eles defendem. Eles só se lembram do que acreditam ser contra, a saber, os conservadores.

Assim, na próxima vez que um amigo ou parente liberal ou esquerdista lhe perguntar o que os conservadores defendem, diga “liberdade”, especialmente a de expressão. E explique que é por isso que você teme e se opõe ao governo grande: porque o governo grande e a liberdade individual não podem coexistir.

 

 

 

 

Por Dennis Pager; tradução de Bruna Frascolla / The Daily Signal – 20/10/2022 16:19
Artigo é uma reprodução da Gazeta do Povo / ©2022 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês.

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