Se o governo quer favorecer os mais pobres e dar mais poder de consumo à maioria dos brasileiros, o corte de despesas é o único caminho para provocar este crescimento. Escreve Junior Macagnam.
15/12/2022 05:46
“Setor espera redução da taxa de juros a partir do segundo semestre”
Se 2022 foi um ano de retomada da rotina, de entender as novas formas de consumo, de adaptação do varejo físico e online, pode-se dizer que 2023 será ano de entendimento sobre a tríade ‘pandemia-guerra-novo governo’.
O desafio do comércio será encontrar caminhos para manter e aumentar as vendas diante da nova gestão na área econômica e ainda manter foco em recuperar o retorno dos investimentos.
Indutores do desenvolvimento local, como segmento que mais emprega direta e indiretamente, o varejo e suas entidades representativas devem manter foco em pressionar os representantes públicos do Legislativo e Executivo a começar imediatamente a reforma tributária.
A conta da “PEC da gastança” deve ser paga com o aumento de receita decorrente do crescimento econômico e não do aumento de imposto.
O aumento do déficit fiscal prejudica os mais pobres, pois gera inflação e provoca perda de poder de compra, já que a maior parte da carga tributária no Brasil é regressiva, ou seja, incide sobre o consumo.
Se o governo quer favorecer os mais pobres e dar mais poder de consumo à maioria dos brasileiros, o corte de despesas é o único caminho para provocar este crescimento.
Pois diminui o déficit fiscal, melhora a confiança no meio empreendedor e estimula investimentos, e consequentemente mais empregos e mais renda. Como efeito disso, os menos favorecidos poderão aumentar o consumo.
A previsão do varejo é manter a expectativa de redução da taxa de juros, a partir do segundo semestre do ano que vem.
Daí a importância da união entre as entidades para pressionar os mandatários públicos a trabalhem para que o gasto público seja controlado e as reformas, principalmente a tributária, sejam aprovadas.
Na outra ponta, a tarefa de casa do varejo é colocar em prática e entender cada vez mais profundamente como pensa e age o consumidor.
Compreender o que cliente deseja e precisa, o que ele quer em determinado momento, como ele prefere pagar e dentro deste movimento focar na fidelização e no pós-venda.
Esse processo gera vários investimentos e contratações, e assim o segmento dá a sua contribuição dentro do processo econômico. As novas modalidades de vendas são reforçadas pela tendência de alta do consumo, confirmadas por meio de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontam incremento de 2,6% do consumo das famílias.
Os números animam o segmento a investir e acreditar, com responsabilidade, em um cenário motivador. Certamente o varejo se mantém preparado para novos caminhos de expansão de novas frentes de negócio focadas no comportamento do consumidor, e claro, no ambiente político e econômico.
Certo de que os novos legisladores, executivos e o Judiciário têm o mesmo objetivo: dar ambiente saudável a quem investe e poder de consumo aos mais pobres, nós contamos com o comprometimento ético e razoável de todos para o desenvolvimento do Brasil.
Por Junior Macagnam é empresário e vice-presidente Institucional da CDL Cuiabá.