Opinião – Americanas e Eletrobras

O estratagema antidemocrático usado para manter esses 51% de controle, era negar o direito de voto a 76% dos acionistas. As PN sem direito a voto, uma ditadura estatista por excelência. Escreve Stephen Kanitz.

22/02/2023 06:43

“A União perdeu os 51% do controle das ações com voto e caiu para 40%”

Reprodução.

A Eletrobras não foi desestatizada, por isso não precisa ser reestatizada como muitos acham que é necessário. Começa por aí.

A Eletrobras de fato possuía 51% das ações com direito a voto, mas possuía somente 42% das ações totais.

O estratagema antidemocrático usado para manter esses 51% de controle, era negar o direito de voto a 76% dos acionistas. As PN sem direito a voto, uma ditadura estatista por excelência.

Ou seja, o Governo somente tinha a minoria do capital aportado e mesmo assim mandava.

Ou seja, jamais foi uma empresa estatal, e sim uma empresa controlada pelo Estado, por meios duvidosos.

Sem dinheiro para realizar as urgentes obras necessárias, a União fez uma chamada de capital de 1,9 bilhões, mas só o setor privado tinha dinheiro, a União não.

Assim, a União perdeu os 51% do controle das ações com voto e caiu para 40%.

Os acionistas da Americanas tinham somente 31% das ações, e mesmo assim a controlavam.

Tem mais, a maioria de acionistas não vota, está especulando somente, a maioria dos Fundos de Pensão vota com a diretoria.

Take away.

1. Eletrobras não era uma empresa estatal, a maioria do dinheiro era privado, mas com direito de voto negado.

2. Mesmo assim o Estado controlava.

3. Eletrobras continuará a ser uma empresa com a maioria do capital privado, mas continuará a ser controlada mesmo com a União possuindo somente 42%, junto com o BNDES.

 

 

 

 

 

Por Stephen Kanitz, é um consultor de empresas e conferencista brasileiro, mestre em Administração de Empresas da Harvard Business School e bacharel em Contabilidade pela Universidade de São Paulo.

Tags: