Opinião – A volta dos diálogos cabulosos?

O governo Lula está obcecado em desarmar o cidadão de bem, mas circula tranquilamente, sem necessidade de aparato policial grande, pelas favelas controladas por bandidos fortemente armados. Escreve Rodrigo Constantino

16/03/2023 11:29

“O Brasil virou um escárnio, uma palhaçada total, uma piada de muito mau gosto”

Reprodução do autor.

“O PT tinha diálogo com nois (sic) cabuloso”, disse um preso do PCC sobre a relação com o partido de Lula no poder no passado. Conversas interceptadas pela Polícia Federal entre integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) levantaram indícios de que os criminosos mantinham diálogo com pessoas ligadas ao Partido dos Trabalhadores.

Não é de hoje que a esquerda radical parece manter um elo com marginais. No Foro de SP, criado por Lula com o ditador assassino Fidel Castro, as FARC são sempre defendidas, apesar (ou por causa) de seus sequestros e tráfico de drogas, tudo “revolucionário”. No Brasil, o PT sempre foi o partido dos “direitos dos manos”, pronto a sair em defesa de bandidos enquanto alfinetava a polícia “fascista”.

Lula, então candidato, subiu favelas cariocas dominadas por traficantes sem escolta policial, e ainda usando o boné que carrega a marca da facção que controlava o território – a mesma sigla que esses bandidos do CV usam em seus fuzis. Juntando tudo isso e muito mais, não há motivo para ficar surpreso com a aparente proximidade entre PT e marginais.

Isso ficou mais escancarado agora, quando o ministro da Justiça Flávio Dino fez uma visita ao Complexo da Maré, chegando em apenas dois carros sem a necessidade de aparato militar para garantir sua segurança. Tudo muito “estranho”, não é mesmo? Lula está preocupado com o sobrepeso de seu ministro, mas o Brasil quer saber o que ele foi fazer na favela controlada por traficantes.

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O deputado Eduardo Bolsonaro tomou a dianteira para cobrar explicações: “Flávio Dino, o ministro que entra na Maré, complexo de favelas mais armado do Rio, com apenas 2 carros e sem trocar tiros. Vamos convocá-lo na Com. Segurança Pública para explicar o nível de envolvimento dele e seu chefe, Lula, com o crime organizado carioca. Isto é um absurdo!”

Eduardo continuou com suas indagações: “Bem como o que ele foi discutir lá: desarmamento? Recadastramento? Assassinato de policiais? Apreensão de drogas? Ou agradecer o crime por não permitir propaganda de Bolsonaro nestas áreas durante as eleições?”

Ele insistiu no esforço de chamar a atenção para o absurdo, ignorado pela imprensa: “Quem dera todo brasileiro pudesse sair às ruas nas grandes cidades com a mesma tranquilidade que Flávio Dino chega na Maré. Lembrando: Dino é o ministro da Justiça de Lula. E o Complexo da Maré é dominada pelo tráfico do Rio. Mas claro, tudo pura coincidência”.

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Mas a imprensa preferiu atacar… o deputado! O Globo disse que Eduardo divulgou falsas notícias, sendo que ele simplesmente cobrara explicações.

O deputado reagiu: “Tim Lopes entrou numa favela dominada pelo tráfico, mas para investigar o crime. Lamentavelmente uma família perdeu seu ente e a sociedade um grande jornalista. Estranhamente hoje O Globo passa pano para ministro que comanda polícias e entrou em local semelhante com tranquilidade”.

Após a “reportagem” o atacando, o deputado retrucou: “Não fiz acusações, perguntei e cobrei explicações, pois não é normal um ministro que comanda polícias entrar assim em área dominada pelo crime. Mas entendo que interpretação de texto não é o forte de jornal que tem jornalistas do tipo ‘economia vai mal, masss isso pode ser bom'”.

O próprio ministro resolveu entrar na briga de narrativas e tentou alfinetar o deputado com base na velha narrativa de Freixo do suposto elo entre Bolsonaro e milícias:

Mas o deputado não passou recibo: “E não tem medo mesmo, tem até colega de ministério com envolvimento com milícia. A propósito, nem o Freixo se incomoda em receber ordens de um DESgoverno assim, quanto mais quem entra na Maré como entrou. Quem tem medo de traficante e milícia é o povo, não seus cupinchas…”

Por fim, para apresentar alguma “explicação” depois que as imagens viralizaram e isso pegou muito mal para o governo Lula, o ministério soltou uma nota e colocou em Soros a responsabilidade pela visita tranquila na favela comandada por traficantes:

Eduardo Bolsonaro aproveitou, então, para jogar a pá de cal nas narrativas fajutas do petismo: “Quem diria, Flávio Dino então foi para o Complexo da Maré atender a Open Society, ONG de George Soros, pessoa que destina milhões em pautas como aborto e desarmamento”.

O governo Lula está obcecado em desarmar o cidadão de bem, mas circula tranquilamente, sem necessidade de aparato policial grande, pelas favelas controladas por bandidos fortemente armados – de maneira ilegal, claro. O Brasil virou um escárnio, uma palhaçada total, uma piada de muito mau gosto. Quem leva a sério isso tudo é cúmplice de um circo patético.

 

 

 

 

Por Rodrigo Constantino, economista pela PUC com MBA de Finanças pelo IBMEC, trabalhou por vários anos no mercado financeiro. É autor de vários livros, entre eles o best-seller “Esquerda Caviar” e a coletânea “Contra a maré vermelha”. Contribuiu para veículos como Veja.com, jornal O Globo e Gazeta do Povo. Preside o Conselho Deliberativo do Instituto Liberal.

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