Editorial – Irmãos Campos deixando o União Brasil? Conversa “fiada”

O motim que o Presidente da ALMT tenta insuflar, forçando uma definição pessoalizada por sua escolha para disputar a Prefeitura da capital,  não seria suficiente para que os Campos trocassem 6 por meia dúzia.

23/04/2023 06:16

“Para eles que são Reis, perderem a majestade por um sonho e desejo solitário de um único parceiro, não basta”

Reprodução/divulgação.

Os bastidores do palco político tem ventilado para astutos veículos de comunicação, sedentos por notícias apocalípticas e insistentes notas, praticamente diárias, de que na eventualidade do Presidente da ALMT, Deputado Eduardo Botelho, trocar de partido, abandonando as fileiras do União Brasil, os irmãos Júlio e Jaime Campos, servamente o acompanharão.

Essa notícia pode até ser especularmente verdadeira, mas beira a impossibilidade, em função da história dos respectivos, Senador e agora Deputado irmãos políticos.

Analisemos com a frieza que esta decisão representaria: Jaime Campos, Senador, moral nos céus, poder ilimitado, Presidente da comissão de ética do Senado Federal, trânsito sem semáforos por onde anda, conhecedor profundo dos corredores dos poderes, tráfego em todas as instituições, livre, abastado empresarialmente, solidez política a toda prova e raposa nata dos processos eleitorais, não trocaria o certo UB , por outro incerto partido…duvidamos.

Júlio, um dos mais proeminentes políticos do século do estado, não fica atrás. Sua perspicácia política, inteligência que se aproxima da genialidade, respeito de pares e filiados como poucos, voz ressonante em qualquer debate, embate ou discussão que participa e uma história que vai da fundação do partido ao crescimento dominativo no Estado, também não seria propenso a uma mudança tão radical.

Estas notas repetitivas e com cunho meramente de divisões com interesses, não prosperam se avaliarmos perdas e ganhos dos dois ícones com essa ação intempestiva, arriscada e na contramão de suas próprias biografias.

O União Brasil em Mato Grosso, é a cara de ambos.

Aditivado e vencedor das eleições de cabo a rabo nos últimos pleitos, com Mauro Mendes eleito e reeleito, o União Brasil,  do estado exemplo de acertos e com inúmeros prognósticos de ascensão, estampados em todas as perspectivas e a união dos grupos, antigos e recentes da sigla, que a transformam numa potência eleitoral imbatível em qualquer eleição vindoura, coloca por água abaixo estas especulações sem nenhum senso pratico, vantagem ou visão de céu de brigadeiro para ambos.

O motim que o Presidente da Assembleia tenta insuflar, forçando uma definição pessoalizada por sua escolha para disputar o Executivo Municipal da capital, apesar da amizade que os une, não seria suficiente para que eles trocassem 6 por meia dúzia ou menos de promessas, daqueles que sonham com o prestígio de suas filiações e os muitos votos que carregam.

No UB, Júlio e Jaime são almirantes, em outro partido, podem até ser recebidos como Coronéis, mas com os convites, figuras e históricos dos que os desejam em suas fileiras, toda essa baboseira de abandono, troca e abraço à causa de Botelho é uma reles especulação.

Para eles que são Reis, perderem a majestade por um sonho e desejo solitário de um único parceiro, não basta.

Vamos acompanhar o desfecho desse enredo para lá de duvidoso, bem de perto, do posicionamento que os irmãos Campos tomarão.

Águas para passar debaixo das pontes que dividem as cidades vizinhas, tem em demasia.

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