Opinião – Nas mãos de safados

Nossos impostos estão sendo torrados por um monte de festeiros revolucionários, um bando de figuras caricatas, mal-intencionadas, corruptas e odiosas. Escreve Luís Ernesto Lacombe.

06/10/2023 08:49

“Tudo bancado por nós, pagadores de impostos. É enlouquecedor.”

Foto: Marcello Casal/Agência Brasil

Você já parou para pensar no que o seu dinheiro está bancando? Temos um amontoado de ministérios, que tratam de tudo e não tratam de nada. Não há uma pasta sequer que suscite um mínimo de esperança num país melhor. Todas são peças políticas, ideológicas e contraproducentes. O grande exemplo disso nesta semana foi dado pelo tal Ministério da Igualdade Racial, cuja existência, claro, seria dispensável. Já que existe, não deveria torrar nosso dinheiro para promover aquilo que justamente se propõe a combater: preconceito, racismo, xenofobia.

Nossos impostos estão sendo torrados por um monte de festeiros revolucionários, um bando de figuras caricatas, mal-intencionadas, odiosas. E isso se dá em todas as áreas, incluindo as universidades… Ninguém pode negar que o Brasil gasta demais com ensino superior, em detrimento da alfabetização, do ensino fundamental, médio e técnico. Temos um monte de universidades públicas que não servem para quase nada, que se dedicam a formar soldadinhos para a chamada guerra cultural, e ainda nas fileiras erradas.

São manobras altamente condenáveis para o emburrecimento e a divisão da humanidade. “Opressores e oprimidos”, sempre eles, num “processo hegemônico de dominação”… Essa ideologia nefasta, há muito, já sequestrou o meio acadêmico, incluindo até as ciências exatas, a matemática. E tudo com custos altos, financiado pelo nosso dinheiro, que deveria promover o conhecimento de ponta, mas acaba indo para “estudos”, “pesquisas” e “teses” sem pé nem cabeça.

Já no vestibular o absurdo se estabelece. Não à toa, a Unicamp já teve o seguinte tema de redação no seu concurso de seleção de alunos: “Relação entre biodiversidade e sociodiversidade no Brasil e os micromachismos na sociedade”… É uma ideologia fajuta que abre a porta para os estudantes na graduação e apresenta a eles coisas (e é esta a palavra adequada) como a “afromatemática”, que pretende “problematizar e desenvolver metodologias e percepções que busquem o diálogo entre a educação e as relações sociais, para romper com os moldes da educação reprodutora do racismo”.

Essa mistura de ideologia furada com matemática, com tecnologia seria risível, se não fosse trágica. Ela é como um câncer, se entranha também na pós-graduação. Na UFRJ, você pode fazer mestrado e doutorado com base na seguinte linha de pesquisa: “Descolonialidade e relações étnico-raciais na educação em Matemática e Ciências”. Se preferir, pode se dedicar à “Educação em Ciências e Matemática para Diversidade Sexual e de Gênero e Justiça Social”. Há coisas assim por todo o Brasil. O Instituto Federal da Bahia já publicou até uma “proposta didática para descolonizar o Teorema de Pitágoras em cursos de Licenciaturas em Matemática”.

Dizem por aí que “a tecnologia não é neutra”, que “as tecnologias digitais favorecem a reprodução dos desenhos de poder e opressão que já estão em vigor”. Então, surgem os “doutores” que se debruçam sobre o “racismo algorítmico e os imaginários sociotécnicos de resistência”. Na UFRJ também, dá até para fazer um doutorado, que querem chamar de “doutorade”, em MatematiQueer… Trata de “práticas insubordinadas nas aulas de matemática, da questão da transexualidade e da travestilidade”… E inventa “matemáticas que escapam da cisheteronormas”…

E assim vamos, ou melhor, não vamos. Desde o ensino fundamental, já com o incentivo a brincadeiras infantis para “quebrar estereótipos de gênero, etnia e os paradigmas do patriarcado”, até a universidade, o doutorado, o pós-doutorado. Uma longa pregação política e ideológica no ensino, com as vítimas de sempre: os alunos. E, a partir disso, a vítima total: o país. Tudo bancado por nós, pagadores de impostos. É enlouquecedor. Em bom português, estamos nas mãos de safados.

 

 

 

 

Por Luís Ernesto Lacombe é jornalista e escritor. Por três anos, ficou perdido em faculdades como Estatística, Informática e Psicologia, e em cursos de extensão em administração e marketing. Não estava feliz. Resolveu dar uma guinada na vida e estudar jornalismo. Trabalha desde 1988 em TV, onde cobriu de guerras e eleições a desfiles de escola de samba e competições esportivas. Passou pela Band, Manchete, Globo, Globo News, Sport TV e atualmente está na Rede TV.

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