Opinião – Se dependesse da ONU, Israel seria varrido do mapa

Israel vai fazer o que tiver de ser feito para sobreviver, ignorando a campanha nazista de uma mídia corrompida pela judeofobia. Escreve Rodrigo Constantino.

13/10/2023 08:49

“Sozinho, teria condições de enfrentar seus inimigos, mesmo o Irã”

Divulgação/reprodução.

A Organização das Nações Unidas, herdeira da falecida Liga das Nações, foi criada com a melhor das intenções: servir como um instrumento em busca da paz mundial após a Segunda Guerra. Será que ela atendeu aos anseios originais de seus criadores? Será que o legado da ONU tem sido positivo?

A resposta do israelense Dore Gold, que atuou em diversas funções diplomáticas, é um retumbante “não”. Em seu livro Tower of Babble, ele argumenta que a ONU foi completamente desvirtuada, e acabou contribuindo para instigar o caos global. O histórico da ONU, especialmente o mais recente, após o término da Guerra Fria, é uma sucessão de fiascos: Bósnia, Ruanda, Somália. Por quê?

De forma bastante resumida, o fracasso da ONU se deve à perda de sua clareza moral, presente na sua origem. Em um mundo dicotômico, com os aliados de um lado e os fascistas do outro, era mais fácil defender o certo e o errado de forma objetiva. Tal clareza foi substituída, com o tempo, pelo atual relativismo moral exacerbado, onde, em nome da “imparcialidade”, ninguém mais deve tomar partido.

Agressor e agredido viraram conceitos muito elásticos, confusos, e o cinza absorveu qualquer chance de divisão entre preto e branco. A ONU adotou um discurso acovardado, politicamente correto, incapaz de julgar evidentes agressores. Ela não se mostrou à altura do desafio de combater o terrorismo islâmico, por exemplo, pois lhe falta convicção sobre a própria existência do inimigo. E também por conta dos petrodólares…

É por isso que países sob regimes autoritários ocuparam o Conselho de Direitos Humanos da ONU, esvaziando-o de qualquer sentido. É por isso também que o pequeno Israel tem sido alvo da maioria das resoluções da ONU, recebendo críticas absurdamente desproporcionais. Tiranos massacram seus povos, rasgam qualquer acordo de direitos humanos, mas é Israel que sofre condenações constantes da ONU. Não Cuba, não o Irã, tampouco a China, mas Israel, a grande ameaça à paz mundial, segundo uma desmoralizada ONU.

São vários escândalos, como aquele do programa “Petróleo por Comida”, que teria desviado US$ 10 bilhões dos petrodólares iraquianos de Saddam Hussein e envolvia gente importante da Rússia e da França (talvez isso explique a reação de ambos à guerra que derrubou o ditador). Há ainda casos de participação dos funcionários da ONU em uma rede mundial de tráfico sexual, como retratado no filme “A Informante”, com Rachel Weisz.

Com essa postura de “equivalência moral” entre agressores e agredidos, tomada pela maioria numérica de países antiamericanos e antissemitas, e envolta em escândalos de corrupção, como encarar a ONU como uma esperança pela paz? E, sabendo disso tudo, como condenar países como Estados Unidos, Israel e Inglaterra, que precisam, muitas vezes, ignorar a ONU para sobreviver?

Dore Gold está certo: aquilo virou uma Torre de Babel, uma cacofonia onde acaba sobressaindo o viés antiamericano acima de tudo. A ONU fracassou em sua missão. E se um país como Israel dependesse da ONU para alguma coisa, já teria sido varrido do mapa faz tempo! Basta ver que a ONU já está sendo mobilizada para condenar a reação legítima de Israel após o mais covarde e bárbaro ataque terrorista desde o Holocausto.

Daí a importância do apoio incondicional dos americanos. Mesmo sob um governo democrata, que tem se radicalizado à esquerda e abrigado antissemitas em seu quadro ou financiado o Irã em acordos bizarros, os Estados Unidos já se manifestaram veementemente a favor de Israel, e alertaram que investidas diretas do regime dos aiatolás teriam graves consequências.

Israel vai fazer o que tiver de ser feito para sobreviver, ignorando a campanha nazista de uma mídia corrompida pela judeofobia. Sozinho, teria condições de enfrentar seus inimigos, mesmo o Irã. Com o apoio americano, essa guerra conta com a retaguarda do xerife do mundo, ainda que um xerife enfraquecido.

Por isso a esquerda odeia o “império estadunidense”. Não fosse ele, Rússia, Irã e China poderiam logo destruir o mundo livre ocidental e varrer Israel do mapa, o desejo de muito psicopata disfarçado de intelectual ou jornalista por aí…

 

 

 

 

Por Rodrigo Constantino, economista pela PUC com MBA de Finanças pelo IBMEC, trabalhou por vários anos no mercado financeiro. É autor de vários livros, entre eles o best-seller “Esquerda Caviar” e a coletânea “Contra a maré vermelha”. Contribuiu para veículos como Veja.com, jornal O Globo e Gazeta do Povo. Preside o Conselho Deliberativo do Instituto Liberal.

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