Opinião – Um único objetivo

Ou todos sobem o tom para a gravidade dessa indicação, apoiada por comparsas supremos (…) ou o Brasil dará o maior passo rumo ao modelo venezuelano. Escreve Rodrigo Constantino.

01/12/2023 12:18

“Lula passa em alguns anos, apesar de o estrago ser gigantesco; mas Dino pode ficar por duas décadas!”

Imagem ilustrativa. Reprodução Novo.

“Parem com essa história de que ‘Dino vai passar pelo Senado, já tá tudo certo, não há nada que possamos fazer, aceitem’. Isso é papo de derrotado que só desmotiva quando ainda há o que fazer, além da providência divina, claro. Deus faz os milagres, mas em nenhum momento disse que deveríamos ficar de braços cruzados, muito pelo contrário. Se Dino passar, que não seja mediante nosso silêncio”.

Foi a mensagem da juíza compulsoriamente aposentada pelo sistema, Ludmila Lins Grilo. Ela está certa, claro. A esperança, afinal, é a última que morre. Nunca antes na história deste país uma indicação foi vetada na sabatina, ao menos não desde décadas. Mas para tudo há uma primeira vez, não é mesmo? Será uma tarefa deveras árdua, conhecendo o perfil do Congresso e vendo a postura de parte da oposição – rindo para Dino ou diminuindo a ameaça comunista que ele representa.

“Dia 13 de dezembro será a sabatina do Flavio Dino para o STF. Os senadores decidirão se entregamos o Brasil de vez para a ditadura da toga ou não. O que vc acha de voltarmos ]ás ruas no dia 10?”, perguntou o deputado Gustavo Gayer. Eu acho uma ótima ideia. O deputado Delegado Paulo Bilynskyj resumiu bem: “O assunto do momento é como o SEU SENADOR vai se manifestar em relação à sabatina do Dino”.

Essa deve ser a maior, quiçá a única meta no momento, a prioridade das prioridades, o único objetivo de curto prazo dos patriotas decentes. Flavio Dino tem mudado o tom para enganar trouxas, diz que deixou as paixões políticas para trás, que uma vez indicado para o STF pelo presidente Lula já muda de “roupa”, e que uma vez aprovado não teria “lado político”. Para acreditar numa ladainha dessas tem mesmo que ser muito ingênuo…

Dino debocha do povo, pois debocha do Congresso, alega insegurança para não ir aos convites feitos por parlamentares, enquanto frequenta favela dominada pelo tráfico sem escolta policial. Dino é “comunista com orgulho”. Dino prega a censura. Dino abre as portas de seu Ministério para a “dama do tráfico”, esposa de líder do Comando Vermelho no Maranhão, terra de Dino. Reputação ilibada?

Ou todos sobem o tom para a gravidade dessa indicação, apoiada por comparsas supremos que entraram no lobby com vontade e despudor, ou o Brasil dará o maior passo rumo ao modelo venezuelano. Lula passa em alguns anos, apesar de o estrago ser gigantesco; mas Dino pode ficar por duas décadas! O STF já virou um puxadinho petista. Com Dino, seria filial do Foro de SP de vez. O Brasil não pode permitir um golpe desses!

 

 

 

 

Por Rodrigo Constantino, economista pela PUC com MBA de Finanças pelo IBMEC, trabalhou por vários anos no mercado financeiro. É autor de vários livros, entre eles o best-seller “Esquerda Caviar” e a coletânea “Contra a maré vermelha”. Contribuiu para veículos como Veja.com, jornal O Globo e Gazeta do Povo. Preside o Conselho Deliberativo do Instituto Liberal.

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