Bolsonaro apelou aos deputados e senadores por anistia a todos aqueles que simplesmente estavam se manifestando contra o método de apuração de votos no Brasil. Escreve Alexandre Garcia.
26/02/2024 05:11
“O dia 25 de fevereiro fique marcado por esse pedido de anistia como método de conciliação nacional”
Recomendo acompanhar pela TV Senado uma audiência pública sobre o produto da Pfizer que foi criado para combater a Covid. O senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) está levando grandes nomes para lá, como o doutor Fernando Cardoso, o doutor Roberto Zeballos, muitos estrangeiros…
Vai ter uma cobertura muito especial do jornalista português que foi detido em Guarulhos, o Sérgio Tavares. Ele veio para cobrir a Avenida Paulista e o evento no Senado, e foi detido. Perguntaram para ele sobre Flávio Dino, sobre Alexandre de Moraes, sobre o 8 de Janeiro. Isso teve uma péssima repercussão no mundo inteiro, mas foi ótimo para o Sérgio Tavares e acabou chamando atenção para a situação no Brasil.
A notícia sobre o jornalista detido circulou a Europa e o mundo, assim como circulou a imagem da Avenida Paulista lotada. Eu não sei quantas pessoas havia lá, mas a Avenida Paulista tem uma área total de 130 mil m². Se a gente puser cinco pessoas por metro quadrado, que isso já é bem apertado, dá 650 mil. Esse seria o máximo que a Avenida Paulista comporta. Nunca teve um milhão, nem dois milhões, nem três milhões, óbvio, a menos que estejam uns por cima dos outros.
Brasileiro derrubou a muralha do medo de fazer manifestação
Eu acho que há duas coisas principais sobre o evento na Avenida Paulista. Uma é que o brasileiro derrubou a muralha do medo de fazer manifestação. Tocou as trombetas e derrubou as muralhas de Jericó. A muralha do medo é mais forte que as muralhas de Jericó.
E outra: Bolsonaro apelou aos deputados e senadores por anistia a todos aqueles que simplesmente estavam se manifestando contra o método de apuração de votos no Brasil, que está fora da fiscalização popular – até da compreensão popular. É uma coisa que lá na Europa ninguém admite. Bolsonaro sugeriu deixar fora da anistia aqueles que destruíram o patrimônio público no Palácio do Planalto, no Congresso Nacional e no Supremo.
Acho muito justo esse pedido de anistia. Já houve anistia há pouco tempo, em 1979, para gente que assaltou banco, sequestrou, metralhou, jogou bomba, gente que bateu, que prendeu… Todo mundo foi anistiado para a conciliação nacional. Acho que talvez o dia 25 de fevereiro fique marcado por esse pedido de anistia como método de conciliação nacional.
Por Alexandre Garcia, colunas sobre política nacional publicadas de domingo a quinta-feira.