Opinião – Abril verde, amarelo, marrom e branco e não vermelho

Teremos que ampliar em mais de 40% a oferta de alimentos para atender ao crescimento da população mundial, que deve passar dos atuais 7 bilhões para mais de 9 bilhões. Escreve Luciano Zucco.

11/04/2024 07:08

“Isso também vale para as lideranças do MST”

Foto: MICHEL WILLIAN

Abrimos o tradicional período de invasões de propriedades, que faz parte do calendário de atividades do MST, organização que insiste em desafiar a lei, a justiça e a ordem. Mas eu não vim aqui falar sobre destruição. Estou aqui para enaltecer o verde da soja, o amarelo do milho, o marrom do café, o branco do algodão e tantas outras tonalidades que compõem a paleta de cores do agronegócio.

Para os verdadeiros produtores rurais, todos os meses servem para mostrar o quanto eles são imprescindíveis para a economia deste país. Somente nos últimos 33 anos, a produção de grãos no Brasil cresceu 429%, enquanto a área plantada aumentou 108%.

Nestas últimas três décadas, o agronegócio tem sido a âncora da economia brasileira, cuja participação no Produto Interno Bruto (PIB) é de 24,8%. Juntas, a produção agrícola, a agroindústria, o transporte, a distribuição e a comercialização de produtos empregam cerca de 20 milhões de trabalhadores, algo em torno de 20% do mercado de trabalho do Brasil.

Nossa balança comercial só é positiva graças à comercialização dos nossos produtos agropecuários, que ocupam as prateleiras dos supermercados ao redor do mundo. Para quem não sabe, o Brasil é o maior exportador global de commodities agrícolas, como soja, milho, café, carne bovina, aves, açúcar, papel e celulose. Em 2023, nosso superávit foi de 99 bilhões de dólares, mas o do agronegócio foi bem maior, 150 bilhões de dólares, porque os demais setores (indústria e serviços) foram deficitários em 51 bilhões de dólares.

Esse verdadeiro milagre diário é realizado em apenas 9% do território nacional, ou nos 72 milhões de hectares de áreas cultivadas. Hoje, o Brasil sozinho alimenta cerca de um bilhão de seres humanos. Esse protagonismo mundial levou a Organização das Nações Unidas (ONU) a admitir que teremos que ampliar em mais de 40% a oferta de alimentos para atender ao crescimento da população mundial, que deve passar dos atuais 7 bilhões para mais de 9 bilhões de habitantes em 2050. Se você tomou café, almoçou ou jantou no dia de hoje, agradeça ao produtor rural. Isso também vale para as lideranças do MST.

 

 

 

 

 

Por Luciano Zucco é deputado federal pelo PL-RS e presidente da Frente Parlamentar Invasão Zero (FPMIZ).

Tags: