Opinião – Bandido bom é bandido morto

A culpa desse pensamento, e dessa conclusão, é do nosso judiciário, da nossa legislação, do sistema que idolatra o criminoso. Escreve Flávio Stringuetta.

 

18/04/2024 08:38

“O crime que mais causa mortes, e é pouco punido, é o de corrupção, principalmente política”

Divulgação Facebook

Bandido bom é bandido morto? Quem pode dizer e escrever isso? O politicamente correto não nos permite, não é… E de que lado está o politicamente correto?

Eu fui pré-candidato a deputado estadual. Gastei do meu bolso quase 40 mil reais. Acredito que foi um dinheiro bem gasto para descobrir que nunca mais quero isso para mim. Para ser político, tem que falar o que o eleitor quer ouvir. De quem é a culpa?

Eu fiz um artigo sobre o aborto, mas não me autorizaram a publicar. Por que? Porque perderia votos. Ou seja, para ser político, parece que tem que ser falso, não expor sua real posição, ficar em cima do muro. Não quero isso para mim. Quero ser eu mesmo.

Também fiz outro artigo sobre o tema de que bandido bom é bandido morto. E, também, não me permitiram publicar. Perderia, da mesma forma, votos.

Serei eu mesmo agora: bandido bom é, realmente, bandido morto, e bem morto. E queimando no fogo do inferno. Quanto mais cedo isso acontecer, menos a sociedade sofrerá.

Quando me refiro a bandido, falo do que já é consagrado como tal, com inúmeras passagens, irrecuperáveis, como esses que mataram os três motoristas dias atrás. Que recuperação terão?

A culpa desse pensamento, e dessa conclusão, é do nosso judiciário, da nossa legislação, do sistema que idolatra o criminoso.

Nossos juízes parecem que querem decidir segundo o que seria um mundo ideal. Um país ideal. Um estado e um município ideais. Ou estão mal preparados, ou mal informados, ou estão mal intencionados. Ou eu estou errado.

A política de desencarceramento é uma afronta à vítima e seus parentes. A quem paga o salário de quem está decidindo assim. O que a sociedade de bem, o contribuinte quer, é que as pessoas paguem pelos seus erros. É isso que ensinamos aos nossos filhos, mas nossos filhos estão vendo que não é isso o que acontece no nosso país. O que vamos ensinar depois aos nossos filhos que estão vendo que isso não acontece na realidade, ou pelo menos com os grandes criminosos?

Dias atrás, uma juíza lavou os pés de presos de uma penitenciária de Mato Grosso. Não lavou os pés das vítimas e de seus familiares. Também dias atrás, um juiz libertou dois sujeitos presos com 420 kg de droga na fronteira. A Operação Lava-jato está sendo totalmente anulada, mesmo com confissões, e dinheiros apreeendidos estão sendo devolvidos. Estamos em qual caminho?

O crime que mais causa mortes, e é pouco punido, é o de corrupção, principalmente política. Quem a ignora certamente está com sua vaga garantida no inferno. Parece que no nosso país não é grave ser corrupto. Parece até que é quase necessário. O pior é que, quem ensina os filhos a ser honestos, está ensinando a perder para os desonestos. Estou realmente confuso. Mas convicto de que os ensinei certo, ainda que sofram por conta desse sistema corrupto que está dominando o nosso país.

Sobre o tema desse artigo, sobre o bandido bom é bandido morto, desejo sinceramente que todos os bandidos morram, e com muito sofrimento, principalmente os bandidos políticos, os bandidos das instituições que deveriam impedir isso, que morram com um sofrimento inimaginável, e que o capeta os receba.

Esse desejo não é que sejam mortos, e sim que a “lei do retorno” a “lei da colheita” aja com todo o rigor, conforme o merecimento de cada um.

Bandido bom é sim bandido morto.

 

 

 

 

 

Por Flávio Henrique Stringueta é delegado de Polícia

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