Opinião – Familiocracia marca política em MT

No artigo anterior, falei da ocupação das prováveis cadeiras por coligação; partindo da premissa dos pré-candidatos com mandato. Escreve Licio Antonio Malheiros.

24/04/2024 05:34

“Políticos conseguem transferir aos filhos, esposas e irmãos o capital político”

Embora tenhamos saído do Regime Monárquico e assumido a República no Brasil, a política é caracterizada pelo filhotismo, irmãozinho, cônjuges e por aí vai.

No qual, políticos conseguem transferir aos filhos, esposas e irmãos a hereditariedade do capital político.

Essa dinâmica nos acompanha desde a época das capitanias hereditárias, passando para o período monárquico e continua na República.

Uma das marcas registradas na política nacional e que se encontra arraigada nas inúmeras famílias brasileira é denominada familiocracia.

Que é uma tradição política e, como o próprio nome sugere, é passada de geração para geração, em ambos os sentidos.

Em Mato Grosso, essa dinâmica vem acontecendo há muito tempo, porém hoje, ocorre uma maior exacerbação nesse sentido, chegando ao ponto de alguns acreditarem piamente serem donos de partidos e coligações, por possuírem mandatos eletivos.

Dentro dessa mesma linha de raciocínio e, que foi amplamente divulgado nas redes sócias e nos mais diferentes sites da capital.

Com a vinda do capitão Bolsonaro, ex-presidente do Brasil à Cuiabá, no dia 8 de abril aniversário da nossa querida capital; criou-se nesse momento, verdadeira cizânia dentro do Partido Liberal (PL).

Nessa mesma toada, o deputado estadual Elizeu Nascimento (PL), declarou em todos os meios de comunicação de massa, o seu descontentamento com a negativa do Partido Liberal (PL), em não filiar seu irmão Cezinha Nascimento (União), antes do termino dá janela, que se encerrou em 5 de abril.

Data limite para troca de legenda. O vereador Cezinha (União) acabou ficando na coligação da morte.

Isso acabou criando, verdadeira animosidade entre as partes, ao ponto de o nobre deputado estadual Elizeu Nascimento (PL), declarar abertamente que só iria receber o ex-presidente no aeroporto, mas não subiria no mesmo palanque que o deputado federal Abílio Brunini, e assim o fez.

Os meandros da política são bastante sinuosos, o tabuleiro político obedece às mesmas regras impostas para todos os partidos.

Será que o Abílio foi o único parlamentar com mandato a fazer esse tipo de impedimento da inclusão de um nome na legenda.

Ou será, que o próprio deputado Elizeu Nascimento (PL), já não usou, desse mesmo artificio em outras situações impedindo que algum pré-candidato entrasse na legenda em que esteve?

Nesse mesmo viés, esse fenômeno não é privilégio apenas e tão somente da familiocracia.

Outras coligações, também passaram   pela mesma situação de descontentamento.

Recentemente o vereador por Cuiabá Kássio Coelho, que integrava o extinto Patriotas, partido que se fundiu ao PTB   originando o (PRD), ao perder a direção do partido (leia-se PRD), literalmente entrou em rota de colisão com o suplente de senador Mauro Carvalho, criando assim, verdadeira cizânia com o mesmo.

Kássio Coelho agora (Podemos), demonstrando insatisfação, em várias situações alfinetou o senador Mauro Carvalho.

Não estou criando nenhum factoide. Em vários noticiários o vereador Kássio Coelho (Podemos), diz “Vê PRD sem futuro, e não vai eleger ninguém; diz também ter implodido o partido do ex-secretário e por aí vai”, lá na frente, estas arestas serão aparadas, faz parte do processo político.

No artigo anterior, falei da ocupação das prováveis cadeiras por coligação; partindo da premissa dos pré-candidatos com mandato.

Agora, diante das relações dos novos postulantes por coligação, com nomes fortíssimos, com alguns nomes que enfrentaram situações desfavoráveis ou impedimento de pré-candidatura em pleitos passado; estes e os demais, voltam com força total. Todos terão que remar muito, para conseguir seus intentos (se eleger).

 

 

 

 

 

Por Licio Antonio Malheiros é geógrafo.

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