Opinião – Os desejos “antiofascistas”

Os “antifascistas” prometem salvação e proteção, enquanto condenam um país inteiro a desgraças absolutas, em todas as áreas. Escreve Luís Ernesto Lacombe.

10/07/2024 15:37

“O dólar dispara, os investidores estrangeiros se retiram”

“Antifascistas” são puro amor até encontrarem alguém que discorda deles. Imagem ilustrativa.| Foto: Marcio Antonio Campos com Midjourney

Eles são “antifascistas”, seguem o “modelo Stalin”, adoram o Estado, que não tem nada a ver com solução, que é sempre a maior parte do problema. Eles são “antifascistas fascistas”, são um perigo, têm o terror das aspas, não se preocupam com disfarces, só enganam quem quer ser enganado, quem abriu mão do senso crítico, por loucura ou interesse, ou quem nunca teve capacidade de análise, de reflexão. Prometem salvação e proteção, enquanto condenam um país inteiro a desgraças absolutas, em todas as áreas, em todas as questões. São uma máquina de moer gente.

O “antifascismo” voltou a ser muito fascista. É o que não é, o que não pode ser. As estatais, de novo, são usadas politicamente. As estatais, de novo, acumulam prejuízo: mais de R$ 4 bilhões só este ano. Tentaram esconder o prejuízo de quase R$ 1 bilhão dos Correios, não deu. E querem estatizar o que já foi privatizado, querem mais estatais, para ampliar um destruidor recorde brasileiro. São fascistas, querem o “capitalismo de Estado”. Fazem de tudo para liberar empresas corruptas e corruptoras, baixam medida provisória para favorecer os “amigos do rei”.

Eles contratam servidores federais, como se não houvesse amanhã. Juram que o desemprego está em queda, mas quem lidera as contratações é a administração pública. E gasta-se, gasta-se muito e gasta-se mal. E avisaram que seria assim. Se os gastos totais cresciam a uma taxa média de 6% ao ano, até a implementação do teto no governo Temer, foi só implodir o teto. E as contas públicas têm rombo de R$ 61 bilhões em apenas um mês… E a dívida encosta em R$ 7 trilhões. O dólar dispara, os investidores estrangeiros se retiram.

Três décadas se passaram, e os “antifascistas” ainda sentem saudade da hiperinflação. Eles não se envergonham de publicar em seu site oficial: “Plano Real: 30 anos depois, Brasil ainda sofre efeitos colaterais”. É assim que funciona: se é bom para o país, eles são contra, terminantemente contra. O mais incrível é que os adoradores do Estado tiveram o apoio em 2022 dos “pais do real”, que agora ensaiam um arrependimento. Infelizmente, não dá para voltar no tempo, com criadores que deram a entender que odeiam sua própria criação transformados em algo decente.

Os “antifascistas” também foram contra a reforma da Previdência, e são contra uma nova reforma muito necessária. Os gastos com a Previdência chegaram a R$ 930 bilhões em maio, mesmo descontando as dívidas judiciais da União. Em maio de 2023, o custo era de R$ 819 bilhões. A dinâmica de crescimento está muito acima do esperado, mas, de repente, revisaram as contas e resolveram que os gastos este ano serão R$ 12 bilhões abaixo do previsto… E emendas parlamentares são liberadas no maior volume da história para um período pré-eleitoral. Incluindo recursos distribuídos sem critérios técnicos, emendas Pix e verbas remanescentes do que chamavam de “orçamento secreto”.

Os “antifascistas” parecem mesmo poderosos, não devem explicações a ninguém. Nem sobre licitação suspeita, leilão descabido e fraudulento, intervencionismo estatal, queimadas na Amazônia e no Pantanal, dengue… Eles nunca têm culpa de nada, nunca. Eles são os salvadores e protetores e, para agir, precisam do nosso dinheiro. E a carga tributária só aumenta, e pesa, e pesa. Querem todo mundo feliz por pagar imposto sobre o que ganha, pagar imposto sobre o que gasta, imposto sobre os bens que tem, tudo comprado com dinheiro já tributado… E, quando morremos, nossos herdeiros pagam mais imposto sobre o que deixamos. O festival de tributos é a alegria dos “antifascistas”.

Críticas e opiniões são proibidas. Debate para quê? Os facínoras estão sempre certos e se permitem, e a eles é permitido controlar os discursos, inventar o “debate”, entre aspas, sem perguntas, sem cobrança, sem divergência, sem dados reais, sem fatos. Assim é “democrático”, “discussão” elitizada, sem o povo, que nada sabe. Vale tudo para acabar com o que os “antifascistas” chamam de “extrema direita”. É lindo o combate aos “cretinos”, aos “animais”, a quem não é “gente”, aos “selvagens”, que devem ser extirpados. É desses o ódio, o descontrole, a raiva. Quem acredita nisso é o quê? O “antifascismo” é fascista, é uma titica de cachorro.

 

 

 

Por Luís Ernesto Lacombe é jornalista e escritor. Por três anos, ficou perdido em faculdades como Estatística, Informática e Psicologia, e em cursos de extensão em administração e marketing. Não estava feliz. Resolveu dar uma guinada na vida e estudar jornalismo. Trabalha desde 1988 em TV, onde cobriu de guerras e eleições a desfiles de escola de samba e competições esportivas. Passou pela Band, Manchete, Globo, Globo News, Sport TV e atualmente está na Rede TV.

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