Opinião – Eleições Municipais 2024

Após dias de reflexão e levando em consideração tudo o que a Igreja nos pede, creio que é possível fazer política com o compromisso de todos pelo bem comum. Escreve Dom Mário Antonio.

25/09/2024 05:23

“A melhor política é aquela que promove o bem do povo com planejamento”

Divulgação.

Este é um ano de eleições municipais e todos temos o compromisso de comparecer às urnas para exercer a democracia, no próximo dia 6 de outubro, escolhendo bons prefeitos e vereadores para nossos municípios.

O Papa Francisco, na sua carta encíclica Fratelli Tutti , lembra qual a verdadeira missão dos políticos em nossa sociedade, e sugere questionamentos importantes para os dias em que estamos vivenciando. Ele nos lembra que a melhor política, inicialmente, é aquela que é um serviço ao bem comum, assegura o respeito a dignidade humana e promove a justiça social. Parece óbvio esse discurso. Estamos há semanas ouvindo propostas nos veículos de comunicação e o entendimento que temos é: todos estão envolvidos com o bem comum. Mas quem está comprometido? Papa Francisco tem insistido, ardentemente, especificamente na Exortação Laudate Deum, diante da crise climática, que tenhamos atenção e cuidado, sabedoria e esperança em agir de acordo com a criação.

A melhor política é aquela que promove o bem do povo com planejamento e acesso à saúde integral, a uma educação de qualidade, ao saneamento básico, uma economia sustentável, entre tantos outros pontos que faltam na vida de muitos de nossos irmãos e que, no entanto, estão contemplados nos planos de muitos candidatos.

Planos esses, que precisam ser concretizados, mediante a política de equidade e caridade. Já não é de hoje que a Igreja Católica vem abordando esses temas e contribuindo, através da Doutrina Social da Igreja, para a formação da consciência moral para uma política cristã. E nesse ponto voltamos nossos olhares para a dignidade humana, do Cristo que sofre em nossos irmãos e irmãs, do Cristo que passa e ninguém o vê, fez-se um questionamento aos quatro candidatos à Prefeitura de Cuiabá que estiveram em audiência na Cúria Metropolitana, nos últimos dias. Que política pública será aplicada para as pessoas em situação de rua?

Todos foram ouvidos e apresentaram suas propostas para a Capital de Mato Grosso. Incluindo as propostas de assistência emergencial, apoio aos trabalhadores humanitários que ora são realizados na região central de Cuiabá, com apoio de pastorais, Missionárias da Caridade e leigos voluntários, bem como encaminhamento para tratamento, reinserção familiar e inclusão ao mercado de trabalho. Pois o que as pessoas em questão necessitam é de um serviço humanizado, apoio e inclusivo.

Precisam de tratamento com pessoas qualificadas e que proporcionem capacitação, até que estejam aptas a serem inseridas, com responsabilidade, na sociedade. Não é fácil.

Hoje, após dias de reflexão e levando em consideração tudo o que a Igreja nos pede, creio que é possível fazer política com o compromisso de todos pelo bem comum. Que tenhamos um coração esperançoso e que ele nos leve a priorizar a justiça social, a caridade e a fé. Rezemos para que nossos representantes sejam iluminados pela Luz de Cristo Vivo e Ressuscitado.

 

 

 

 

Por Dom Mário Antonio é arcebispo da Arquidiocese de Cuiabá

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