Opinião – Por que sua vida é política?

O preço que você paga por um item da cesta básica, pelo combustível e até pela educação que você ou seus filhos recebem na escola é pura política. Escreve Deyviani Garcia.

17/12/2024 06:46

“Faço um convite para que repense se vale a pena excluir as escolhas que fizemos nas últimas eleições”

Ilustrativa.

Não é difícil encontrarmos pessoas que sonham com um país e uma vida melhor e indubitavelmente, na política é onde vemos estes indivíduos colocarem suas expectativas, ou ao menos tentarem fazer esse sonho acontecer. Dizer que um indivíduo não pode sonhar é como dizer que ele não tem o direito de crer que um dia tudo aquilo que ele desejou no seu íntimo possa vir a se tornar realidade. E por que não acreditar que o Brasil é um país cheio de potencial e que alguém possa um dia governar esta nação para ser tão grande como de fato ela é?

Enquanto alguns poucos ainda acreditam que o nosso país ainda pode dar certo, seja se aventurando no mundo político e desejando ser um representante ou até mesmo atuando como um bom cidadão, preocupado com o futuro e escolhendo aqueles que serão a nossa voz, a maioria parece que já desistiu. Acontece que muitas pessoas ignoram que tudo, absolutamente tudo na vida, gira em torno da política, e é nessas horas que os fatos ignoram o sentimento profundo que você sente pelos políticos do nosso país.

O brasileiro, em geral, não tem formação política durante a vida, não estuda e trata seu político favorito como um ídolo, assim como faz com seu jogador de futebol preferido. Em época de eleição, normalmente escolhe seu candidato sem pesquisar seus projetos, a vida profissional ou mesmo se o indivíduo realizou algo realmente relevante em um mandato anterior.

Alguns meses depois, sequer se lembra em quem depositou seu voto de confiança. Elegemos políticos ruins, populistas, corruptos, e assim, passamos quatro anos reclamando e dizendo que nenhum deles presta. Cria-se uma aversão à política porque não gostamos do resultado das nossas próprias escolhas de vida. Dizer que político é tudo igual ou que política não se discute é um erro. Precisamos trazer para nossa vida o bom debate, aprofundado, mostrar que política pública baseada em evidência funciona e é bom, mas o brasileiro não gosta.

Você pode torcer o nariz, mas o preço que você paga por um item da cesta básica, pelo combustível e até pela educação que você ou seus filhos recebem na escola é pura política. Adianta, então, alimentar esse asco e ignorar os fatos? Até quando vamos ignorar que política não acontece somente de dois em dois anos, quando você está obrigado a exercer sua cidadania e escolher alguém que você sequer vai se lembrar na eleição seguinte?

Convenhamos, todos nós estamos obrigados a lidar com aquilo que queremos e com aquilo que nos desagrada, e não dá simplesmente para nos afastarmos da responsabilidade das escolhas que fazemos (ou que deixamos de fazer) politicamente. Bem-vindo à vida adulta! Faço um convite a você para que repense se vale a pena excluir dos debates diários toda opinião que reflete as escolhas que fizemos nas últimas eleições e quais as suas principais consequências, sobretudo quando vier à tona aquela boa e velha vontade de reclamar das coisas comuns da vida.

 

 

 

Por Dayviane Garcia, advogada, especialista em Direito Previdenciário e Direito Público com foco em Gestão Pública, microempreendedora,  associada ao LOLA Lady of Liberty e ao LIVRES, é presidente da Comissão da Memória e Colonização da OAB Nova Friburgo.

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