Wilson Santos precisa gastar cada vez mais para se reeleger, explorar a ingenuidade do povo para se perpetuar no erário, como já faz há mais de 40 anos. Escreve Rodrigo Rodrigues.
22/03/2025 05:35
“Wilson Santos é a personificação da ingratidão e da traição na política”

Ilustrativa.
Não gosto de ser repetitivo, mas, historicamente, apesar das críticas de que fico tocando sempre na mesma tecla – um sambinha de uma nota só –, o reconhecimento acaba vindo. Cansei de ouvir: “você tinha razão”. Para ser sincero, isso é extremamente chato, como pregar no deserto.
Cansa, gera conflitos e, algumas vezes, até inimizades.
Mas a tricentenária Cuiabá – Bom Jesus de Cuiabá, do Coxipó do Ouro, do Sucuri, do Rasqueado, do povo mais acolhedor do mundo – merece respeito. Muito respeito.
Na minha opinião, “ingratidão” é, sem dúvida, uma das piores palavras do nosso dicionário. Sendo neto e filho de político, confesso que carrego um certo trauma em relação a isso. Sou testemunha viva de como a ingratidão e a traição permeiam o meio político.
Quero retomar a discussão sobre o Rio Cuiabá e propor uma reflexão para um debate saudável e sério:
Seria possível imaginar Brasília sem o Lago Paranoá? E Cuiabá sem o Lago do Manso?
Agora, voltando ao tema da traição e da ingratidão…
Na minha última ida a Cuiabá, vi diversos outdoors do ex-prefeito e agora deputado estadual Wilson Santos. Começou com o apelido de “Galinho”, depois de Pinóquio e, por fim, ao sair pelas portas do fundo do Palácio Alencastro, ficou conhecido como “vendilhão”.
Se isso não bastasse, Wilson Santos é a personificação da ingratidão e da traição na política. Ele representa tudo o que há de pior e mais atrasado quando se trata de homens públicos.
Vamos aos fatos:
Foi prefeito por mais de seis anos e, nesse período, perdeu um PAC de mais de R$ 309 milhões, verba que permitiria levar saneamento básico a mais de 90% da população de Cuiabá. Durante seus dois mandatos, não criou nenhum programa ambiental para o Rio Cuiabá. Pelo contrário: foi nesse período que mais se afrouxaram as regras e mais se contribuiu para que o rio se transformasse em um grande esgoto a céu aberto, como o Tietê.
Depois, em uma negociata às escuras, entregou a gestão da nossa querida cidade para um forasteiro que não fez nada além de grandes negócios, incluindo a venda da concessão do serviço de tratamento e distribuição de água.
Todos se lembram dos outdoors do Wilson dizendo que “água é vida e vida não se vende”. Sim, todos se lembram. Mas alguém aí se lembra dele contestando quando seu vice, Chico Galindo, privatizou a água que ele dizia ser vida?
Não.
Ninguém se lembra porque ele não deu um pio. Não cantou, não bradou, não esbravejou – como fez quando ofendeu a sociedade cuiabana e as famílias tradicionais, insinuando que a festa de casamento da filha de um notório político de nosso estado era uma “festinha do mexe-mexe”, em alusão a uma música sertaneja que sugere que esse tipo de festa seria sinônimo de orgia.
A verdade nua e crua é que hoje o Rio Cuiabá está morto. E foram Wilson e Chico Galindo que deram o tiro de misericórdia.
No meu outro artigo, citei Nelson Rodrigues. Neste, volto a citá-lo: não é óbvio e ululante que todo esse barulho que Wilson está fazendo é simplesmente desespero de causa?
Ele precisa gastar cada vez mais para se reeleger, precisa mais uma vez explorar a ingenuidade do povo para se perpetuar mamando no erário, como já faz há mais de 40 anos.
Wilson, que gosta de dizer que é professor, que conhece história… está na hora de voltar para a sala de aula.
Certa vez, quando Wilson grampeou uma conversa do irmão do prefeito Emanuel, demonstrando que não tem o menor respeito pelas famílias cuiabanas, comparei ele a Geni, personagem da música de Chico Buarque.
Agora, finalizo citando outro grande compositor brasileiro, Cazuza:
“Wilson, qual é o teu negócio? O nome do teu sócio?”
Wilson mostra sua cara, quero ver quem paga para você mentir assim?
Rodrigo Rodrigues é jornalista, empresário e graduado em Gestão Pública.