Editorial – Primeiras-Damas: a era antes e depois de Virginia Mendes

Tudo que foi dito em desfavor da atual primeira-Dama do Estado, diz certamente muito mais da pessoa que proferiu as falácias condenatórias.

02/04/2025 05:24

“Muitas pessoas da mesma época estariam envergonhadas por ela”

“A língua é o chicote da alma” (ditado popular). Imagem ilustrativa.

O comentário malfadado realizado por um áudio de WhatsApp fazendo severas críticas pessoais e institucionais à primeira-Dama do Estado, Virginia Mendes, culminou em um natural tiro pela culatra contra a autora. 

Tal depreciação veio de alguém que ainda respira a soberba de outros tempos na esfera pública, especificamente no Executivo Estadual, o qual é de fácil lembrança dos contemporâneos da condenada, o então famoso Palácio Paiaguas, que na década de 80 e 90, era sinônimo de ambiente suntuoso, de luxúria e farturas exorbitantes que fugiam do que hoje lá se encontra, ou seja, nada além do institucionalmente necessário em um atendimento público: servidores uniformizados, água gelada e café quente. 

A condenada vem de uma época em que um mix entre Roma Antiga e Europa Renascentista inundava as salas, antessalas e corredores daquele prédio público. A atmosfera era tão pesada e corrompida, que uma simples secretária sentia na alma ser a própria “primeira-Dama”, gerando um ambiente de atendimento usurpador caso não houvesse a bajulação da então pessoa que ocupava o simplório ofício. 

O que esperar de alguém que não evoluiu sob a ótica do trato com a coisa e o ambiente público? Que ficou presa à redoma do passado, julgando o posicionamento de uma primeira-Dama reconhecida por suas ações internacionalmente? 

Outras primeiras-Damas, como Lucimar Sacre de Campos, citadas com reverência pela condenada, viveu e atuou como tinha que atuar, de acordo com a sua época. E ponto final. 

Nos dias de hoje, a mulher quebrou fronteiras em muitas frentes: civis, profissionais, dentro dos lares e sobretudo na política. 

Virginia Mendes é um sólido exemplo e um marco dessa transformação comportamental das mulheres diante do quadro operante a qual elas participam.

Um espelho de superação para muitas mulheres mato-grossenses, referência para outras primeiras-Damas do país e autoridades femininas de outras nações. É também fonte de inspiração para muitas batalhadoras que enfrentam seu dia a dia literalmente no braço. Ou seja, o raio do que ela é e do que ela faz, é de amplo espectro. 

É lamentável que tal fato tomou proporções midiáticas. Afinal, mentes sadias, ao perceber um pensamento via fígado da ré, já era de se notar uma clareza profunda sobre a ausência de qualquer sapiência sobre a pessoa a qual dirigia suas críticas. 

Não caberia melhor em todo o contexto ocorrido com a ré que, todo conteúdo dito em desfavor da então atual primeira-Dama do Estado, diz certamente muito mais da pessoa que proferiu as falácias condenatórias. 

Resultado: uma idosa, ré e condenada em situação vexatória no final da vida. 

Lamentável. 

Muitas pessoas da mesma época estariam envergonhadas por ela. Uma delas, sem dúvida alguma a ex-primeira-Dama Lucimar Sacre de Campos.