20/01/2011 12:21
Desde domingo, quando o sistema foi ao ar para fazer a seleção para o ano letivo de 2011, a ferramenta criada pelo Ministério da Educação (MEC) apresenta problemas técnicos. Na noite de segunda-feira, o site foi retirado do ar por meia hora para manutenção. Os alunos que acessaram o SiSU neste período se depararam com páginas de inscrição com informações de outros candidatos.
O MEC afirmou que não houve vazamento, porque os estudantes viam, mas não conseguiam alterar os dados dos outros candidatos. Mesmo assim, alunos relataram ao iG que tiveram suas inscrições alteradas. Segundo o ministério, isso aconteceu porque houve uma confusão no banco de dados. A recomendação é que todos confiram suas inscrições, para não correr o risco de serem aprovados (ou reprovados) em opções que não escolheram.
Mesmo após o MEC ter afirmado que o sistema estava estável, estudantes continuaram a relatar problemas técnicos e de acesso ao site. A reportagem do iG tenta desde segunda-feira realizar uma inscrição no SiSU e não consegue. A página de inscrições dá o erro 003, “senha inválida” – mesmo quando digitada corretamente. Ao tentar recuperá-la no site do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) o processo não completa e a página inicial é carregada automaticamente.
Inscrições
Até as 18h de quarta-feira, a quantidade de alunos inscritos no sistema estava em 800 mil, segundo o MEC.
O prazo para o término das inscrições deveria ter acabado na última quarta-feira (18). Porém, uma decisão judicial que mudou o critério das cotas sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) prorrogou as inscrições no SiSU até as 23h59 da próxima quinta-feira. A UFRJ iria disponibilizar 20% de suas vagas para estudantes de escolas públicas do Estado do Rio de Janeiro, mas Justiça determinou que todos alunos da rede pública do País deveriam ter direito a estas vagas reservadas.
Ações
Na quarta-feira, o Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco entrou com uma ação contra o MEC e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para que os órgãos sejam obrigados a conceder vista das provas a todos os candidatos do Enem e abrir prazo para que os estudantes possam entrar com recurso contra os resultados.
De acordo com o MPF-PE, o edital do exame apresenta “flagrante ofensa aos princípios constitucionais da ampla defesa, do contraditório, da publicidade e da isonomia”, pois não permite recurso.
Na terça-feira, o Ministério Público Federal no Ceará solicitou à Justiça Federal que determine a suspensão das inscrições pelo Sistema de Seleção Unificada (SiSU). O órgão quer também que o MEC garanta aos estudantes que se submeteram ao exame a possibilidade de apresentar recursos contra as notas obtidas nas provas. Outro pedido parecido foi realizado pela Defensoria Pública do mesmo Estado.
A central de atendimento aos estudantes do Ministério da Educação é 0800 61 61 61. Os atendentes estão em plantão para atender sobre o SiSU e o ProUni, do dia 16 ao dia 25 de janeiro, das 6h às 23h59 (todos os dias).