17/02/2011 08:35
A projeção consta em um estudo do consultor Osler Desouzart, integrante da diretoria Consultiva do World Agriculturie Forum (WAF), e que será apresentado no Congresso Internacional da Carne, que será realizado em junho em Campo Grande (MS).
Além do aumento da população mundial e poder aquisitivo, a queda na oferta de recursos naturais essenciais para a produção alimentos são outros fatores que irão manter os preços elevados nos próximos 40 anos. “O bovino é a carne que exige recursos e tempo para a produção. Com a escassez de áreas com água, terra arável e luz solar para a agricultura, a tendência é que parte do que hoje é destinado à pecuária seja destinada à agricultura e assim a criação de gado será feita em confinamentos”, argumenta o especialista.
De acordo com Desouzart, apenas 25 nações apresentam condições que permitem a produção de alimentos e o Brasil e os Estados Unidos são os principais deles, com a diferença de que aqui os custos em decorrência da falta de infraestrutura reduzem a competitividade. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) Rui Prado, explica que as entidades e os produtores estão atentos à evolução do consumo e que para atender às necessidades futuras buscam investir em ações que deem mais rapidez e diminua os custos. “Temos que investir para nos tornamos rápidos e eficientes. Para isso é preciso intensificar a contratação das linhas disponíveis para aplicar na recuperação de pastagem e na integrar lavoura-pecuária”. Mas para isso, o diretor administrativo e financeiro da Famato, Nelson Luiz Piccoli, diz que é preciso desburocratizar o acesso ao crédito.
O pecuarista da Baixada Cuiabana, Carlos Eduardo Schneider, percebeu a necessidade de melhorar a produtividade e investiu na renovação da pastagem . Foram R$ 800 por hectare que possibilitará aumentar de 0,5 unidade animal por hectare para 1,5 animal/ha, um incremento de 200% no volume de carne, que passará de 450 quilos para 1,350 mil quilos.
O consultor Osler Desouzart afirma que não há mais espaço para produtores rurais, mas sim para empresários que saibam lidar com as adversidades e com o mercado. “Em 5 anos o Brasil passará de 27% para 35% sua participação na exportação mundial de carne. É preciso respeitar os produtores de alimentos que são aqueles que irão abastecer o mercado mundial”.