16/03/2011 09:10
De acordo com os levantamentos, este trabalho foi necessário para apontar e identificar as áreas aptas e os períodos de plantio com menor risco climático para o cultivo do café. O Estado possui a maior parte de sua área de cafeicultura cultivada com o café robusta ou conilon (Coffea canephora Pierre), fato que se deve às limitações climáticas de cultivo do café arábica (Coffea arábica L.).
As condições hídricas e de temperatura são os principais fatores climáticos que influenciam a produção dessas espécies. “Conforme o estudo, temperaturas médias anuais entre 18º e 23º são as temperaturas limites para a cultura, sendo que índices térmicos médios anuais entre 19º e 21º são os ideais. De um modo geral, o cafeeiro é pouco tolerante ao frio. Temperaturas em torno de -3,4º provocam a morte da parte foliácea da planta. Já regiões com ocorrências frequentes de temperaturas acima de 30º, durante períodos longos, principalmente na fase do florescimento, causam, em grande número, abortos de botões florais. Os municípios aptos ao cultivo do café arábica, sequeiro ou irrigado, são: Alto Araguaia, Alto Garças, Alto Taquari, Cuiabá, Jaciara e Pedra Preta. Já o café arábica, cultivo somente com irrigação: Alto Taquari, Araguainha, Barra do Garças, Cáceres, Campo Verde, Chapada dos Guimarães, Jaciara, Nossa Senhora do Livramento, Nova Brasilândia, Ponte Branca, Pontes e Lacerda, Porto Esperidião, Porto Estrela, Primavera do Leste, Rosário Oeste, Santo Antônio do Leverger, Torixoréu e Vila Bela da Santíssima Trindade.
Desde 1965 o mercado brasileiro não consumia tanto café, dentro e fora de casa, sejam os tradicionais, gourmet, ou, superiores como aconteceu em 2010. O país superou os 4,72 quilos per capita de consumo de grãos, recorde volume registrado há 45 anos pelo extinto Instituto Brasileiro do Café (IBC) e chegou aos 4,81 quilos alcançando uma nova marca, como aponta a Associação Brasileira da Indústria de Cafés (AIBC) em estudo realizado entre novembro de 2009 e outubro de 2010.
Os dados acima comprovam que o brasileiro tem consumido cada vez mais café com o passar dos anos, o que elevou a posição do país em relação aos demais neste quesito. Segundo a ABIC, em 2010, foram consumidos 4,81 quilos de café por pessoa, superando grandes consumidores como Itália e França e se aproximando da Alemanha cujo consumo é de 5,86 quilos per capita. Para Rafael e Rodrigo Branco Peres, diretores do Café do Centro, maior torrefadora de grãos gourmet e especiais do país, a alta qualidade dos grãos, fruto de um processo de modernização e educação do mercado é a grande responsável pelo aumento da demanda no mercado interno.