27/03/2011 08:00
Após declarar publicamente, que assumiu a Prefeitura de Várzea Grande com mais de dois mil servidores fantasmas e ter prometido “cortes drásticos” na folha de pagamento, o prefeito em exercício João Madureira (PSC) partiu para uma manobra tão arriscada que o tiro acabou saindo pela culatra. Ele exonerou oficialmente dezenas de ocupantes de cargos comissionados, mas esses “demitidos” nem reagiram, pois entraram num jogo combinado. Já foram recontratados. Foi só barulho de Madureira, no afã de dar satisfação à sociedade e aos órgãos fiscalizadores, como Ministério Público e Tribunal de Contas.
Três secretários revelaram que praticamente todos os DAS que tinham sido desligados continuam trabalhando. Madureira se vê acuado. Sofre pressão de lideranças políticas, dentre elas vereadores, que exigem a manutenção dos contratos com os comissionados. Não demorou 15 dias para ceder e abrir de novo a porteira. Na secretaria de Trânsito e Transportes, por exemplo, todos que entraram na lista de exonerados estão de volta. O mesmo ocorre em outras pastas.
No quarto mandato de vereador, Madureira não tem perfil para atuar no Executivo. Ele é policial civil e chega a assustar os moradores por andar armado. O novo prefeito quase perdeu a vaga na Câmara para o primeiro suplente da coligação, o líder comunitário Mateus Magalhães (PSL), após ser condenado por manter no gabinete o servidor Írio Márcio, que cumpria pena por latrocínio (roubo seguido de morte). Ele recorreu da condenação da primeira instância ao Superior Tribunal de Justiça e, assim, se manteve no cargo de parlamentar.
Segundo maior município do Estado, Várzea Grande enfrenta uma situação inédita devido à falta de gerenciamento. O prefeito Murilo Domingos e o vice Tião da Zaeli, ambos do PR, foram afastados por 180 dias pela Câmara, em 2 de março, devido a irregularidades na prestação de contas de 2009, reprovada pelo TCE. Os vereadores também instalaram uma Comissão Processante para analisar os balancetes. A defesa de Murilo já elencou 10 pessoas, incluindo servidores, para prestar depoimento.
Com o afastamento de Murilo e Tião, Madureira se tornou prefeito tampão. Na posse, anunciou uma série de medidas para conter gastos, mas, foi apenas “jogo de cena”. Sucedem-se gestores, mas o caos persiste.
fonte: Rd News